Análises sobre a mancha de poluição, que atinge 156 localidades de 71 municípios, já indicaram que a substância achada nas praias tem "assinatura" venezuelana, mas a origem do poluente ainda é desconhecida.
Agora há uma suspeita de que o óleo tenha vindo de alguma embarcação entre os chamados navios fantasmas do século 21, que não são embarcações mal-assombradas, mas as que navegam sem registro oficial. Para isso, trocam de nome e até desligam o transponder. O aparelho, obrigatório em todas as embarcações, registra a localização em tempo real de cada navio.
Os navios fantasmas costumam usar rotas menos conhecidas. Com isso, ficam mais vulneráveis a contratempos. Um eventual derramamento de óleo pode ocorrer por acidente ou pelo descarte de mercadoria irregular para evitar flagrantes.
"O tráfico de combustível é uma das cinco atividades ilícitas mais lucrativas, atrás de drogas, armas, pessoas e animais". E a circulação de navios fantasmas petroleiros pelo Atlântico pode ser motivada justamente pelas sanções econômicas dos Estados Unidos à Venezuela, o que explica o contrabando de combustível.
Em nota, a Marinha disse que realiza rotineiramente "patrulhas e inspeções navais", incluindo ações contra delitos ambientais. E lembra ainda que o Brasil participa de grupos de trabalho internacionais que acompanham o tráfego marítimo.
Marinha também informou que vai notificar 30 navios após triagem sobre manchas de óleo.