Nesse domingo, o cenário político de Balneário Camboriú foi palco para um evento bastante aguardado. Durante a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), o presidente da Argentina, Javier Milei, apresentou suas visões em um discurso que capturou a atenção de todos presentes. Milei, conhecido por suas posturas firmes, optou por uma abordagem ponderada, evitando confrontos diretos com líderes políticos brasileiros.
Recebido com entusiasmo pelos participantes, com gritos da plateia de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”, Milei direcionou seu discurso para uma crítica mais ampla ao socialismo na América Latina. Este momento da CPAC parece ser uma plataforma onde Milei escolheu reforçar sua posição ideológica sem amplificar as tensões políticas específicas.
O líder argentino elucidou o que considera as falhas persistentes do socialismo na região. Citando exemplos como Venezuela, Cuba e Nicarágua, ele descreveu essas nações como vítimas de regimes que, embora prometam prosperidade inicial, frequentemente conduzem suas populações ao empobrecimento. Segundo Milei, essa deterioração econômica é uma consequência natural da gestão socialista, que tende a beneficiar um grupo restrito enquanto a maior parte da população sofre com a pobreza e a falta de liberdades.
“Nos últimos vinte anos, o socialismo mostrou uma série de denominadores comuns e que se constituem na receita de desastre econômico, social e político. Não é mera coincidência. É notável. Começa com uma bonança econômica e preços internacionais de commodities em alta. A economia cresce num primeiro momento, aumenta o poder aquisitivo, o Banco Central acumula reservas. Mas não é eterno. Logo aumentam os gastos públicos. E o que fazem? Aumentam as tarifas e impostos. A bonança é fictícia”, disse Milei.
Ele fez uma citação ao nome de Jair Bolsonaro, que estava sentado no palco, e o colocou como um ex-presidente alvo de violações das regras constitucionais e que é perseguido, sem entrar em detalhes.
Apesar de ser em solo brasileiro, Milei evitou criticar diretamente o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o que poderia ser esperado dada a natureza conservadora do evento e a clara posição ideológica do público presente. Ao invés disso, focou em traçar um panorama que ressoa com os ouvintes sem necessariamente envolver-se em polêmicas locais.
Um segmento importante do discurso foi dedicado à liberdade de expressão, um tema que Milei defendeu fervorosamente. Ele expressou preocupação com o que vê como tentativas de regulamentar e censurar o debate público, enfatizando que a livre circulação de ideias é essencial para a saúde de qualquer democracia. Essas declarações geraram forte apoio da plateia, reiterando o valor que conservadores atribuem à liberdade de expressão.
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