quinta-feira, 18 de julho de 2024

Representantes do turismo defendem obra de engorda: “é urgente evitar o declínio irreversível de Ponta Negra”

 



O setor produtivo ligado ao turismo do Rio Grande do Norte defendeu a realização da obra da engorda da praia de Ponta Negra e aponta que os impactos após as intervenções serão positivos para a economia potiguar. Nesta quarta-feira (17), a Prefeitura de Natal protocolou as respostas dos questionamentos feitos pelo Instituto do Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema).

 Segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio/RN), Marcelo Queiroz, a obra da engorda é uma intervenção “vital não apenas para a preservação de um dos principais cartões-postais de Natal, mas também para a recuperação da atividade turística naquela área”.

 “A ausência de um entendimento célere entre os órgãos licenciadores do Estado e o poder público municipal pode resultar em prejuízos significativos para o setor, inviabilizando a realização desta intervenção ainda neste ano. Sabemos que a obra é um dos fatores que poderá impactar a alta estação turística que se aproxima, pois sem a sua execução imediata, a situação da nossa orla será ainda mais afetada, prejudicando a imagem de Natal como destino turístico”, disse Queiroz.

 Ainda segundo o representante da Fecomercio, a entidade tem se posicionado como intermediadora do diálogo entre o poder público e o trade turístico e pede “união de esforços” entre Idema e a Semurb, para que as licenças necessárias sejam emitidas. “Cumprir a legislação ambiental e mitigar os riscos é fundamental, mas também é urgente evitar o declínio irreversível de Ponta Negra”, acrescentou.

 Mesmo pensamento tem Habib Chalita Junior, presidente do Sindicato dos Hoteis, Bares, Restaurantes e Similares do RN (SHBRS-RN). O empresário lembra que o setor foi um dos mais impactados com a pandemia dos últimos anos, buscando ainda recuperação plena. Ele cita ainda a alta estação de 2024/2025 que começará nos próximos meses.

 “Agora, é importante que o Poder Público lembre das centenas de trabalhadores e empreendimentos que podem ser afetados cada vez que se prolongue o início dessa obra. Quanto mais demorar começar, mais se adia sua conclusão. E o impacto disso, principalmente, na região de Ponta Negra é preocupante. O setor de hospedagem e alimentação sofreu bastante com a pandemia e não foi algo fácil de se recuperar. É fundamental que haja celeridade no processo sob pena de prejudicarmos uma alta estação que praticamente se avizinha”, disse Chalita.

 O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Norte (Abrasel), Paolo Passariello, aponta que a revitalização de Ponta Negra com a obra impactará positivamente para o segmento turístico na região e em Natal como um todo. “Essa obra é muito importante para o turismo pelo que já vimos em outras cidades que foi feita a mesma obra”, acrescentou.

 A engorda de Ponta Negra é considerada primordial para a praia, que há anos sofre com a erosão costeira provocada pelo avanço do mar e que tem modificado a estrutura do Morro do Careca, um dos principais cartões postais da capital potiguar, descaracterizando sua paisagem.

 O tema vem sendo acompanhado com várias reportagens pelo jornal TRIBUNA DO NORTE. O projeto está em discussão há vários anos em Natal e será um alargamento na faixa de areia da praia, com até 50 metros na maré cheia e 100 metros na maré seca.

 Atualmente, em situações de maré cheia, bares, barracas e banhistas ficam praticamente impedidos de frequentar a areia e o mar. Segundo os estudos feitos pela empresa paulista Tetratech, a engorda será feita a partir de um “empréstimo” de areia submersa trazida de uma jazida em Areia Preta para Ponta Negra.

 A engorda é, na prática, um aterro que será colocado ao longo de 4 quilômetros na enseada de Ponta Negra. O objetivo final é de que a faixa de areia nas praias de Ponta Negra e parte da Via Costeira seja alargada para até 100 metros na maré baixa e 50 metros na maré alta. É a última etapa do projeto maior que contou com o enrocamento da praia, pelo qual foram implantados centenas de blocos de concreto que darão sustentação à engorda.

 

Com informações da Tribuna do Norte