A defesa de Eduardo Tagliaferro — ex-assessor do ministro
Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) — pediu à Suprema Corte
que o ministro seja impedido de atuar no inquérito aberto sobre vazamentos de
mensagens. As investigações apuram a troca de mensagens entre Tagliaferro e o
juiz auxiliar de Moraes, Airton Vieira.
O pedido foi direcionado para o presidente do STF, ministro
Luís Roberto Barroso. A defesa de Tagliaferro afirma haver parcialidade do
processo, que tem Moraes como relator. A alegação é de que o ministro
prosseguiu “indevidamente na relatoria deste novo inquérito que
inequivocadamente apura fatos diretamente relacionados com a lisura ou não de
sua própria atuação e cujo deslinde, portanto, manifestamente é de seu
interesse pessoal”.
Na arguição, a defesa pede a retirada de Moraes das
investigações de forma liminar, ou seja, antes da análise do mérito. Além
disso, sustenta que o inquérito seja arquivado, com nulidade de todos os atos
praticados no contexto das investigações.
A reportagem procurou o gabinete de Moraes para um
posicionamento, e o ministro não vai se manifestar.
Entenda o caso
Moraes decidiu abrir, na última semana, um inquérito
para apurar o vazamento de mensagens dele com assessores. O ministro
tomou a decisão em função de matérias publicadas na imprensa que afirmam que o
gabinete dele no STF deu ordens por aplicativos de mensagens e de forma
não oficial para que fossem produzidos relatórios pela Justiça Eleitoral
que embasassem decisões do próprio Moraes contra aliados do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) no Supremo durante e após as eleições de 2022.
Um dos primeiros procedimentos do inquérito foi o
depoimento do ex-chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à
Desinformação) do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Eduardo Tagliaferro. Ele
foi intimado pela Polícia Federal por ordem de Moraes.
Fonte: R7
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF