O perito Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação), do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), negou em depoimento à PF (Polícia Federal) ter negociado o vazamento das mensagens publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo. À corporação, segundo apurou o Poder360, disse que não foi procurado para negociar o material das conversas em troca de dinheiro.
Tagliaferro teve o celular apreendido depois de ser preso por violência doméstica em 9 maio de 2023, em Caieiras, na região metropolitana de São Paulo. À PF, o perito disse ter recebido o aparelho 6 dias depois, deslacrado e corrompido. Ele afirmou que “jogou fora” o telefone.
O ex-chefe do órgão do TSE disse que entregou o celular desbloqueado (sem senha) à Polícia Civil. Tagliaferro depôs na manhã desta 5ª feira (22.ago.2024) na Superintendência da PF em São Paulo. A oitiva é realizada no inquérito aberto pelo ministro do STF Alexandre de Moraes para investigar o vazamento das mensagens.
O Poder360 apurou que o inquérito da PF deve mirar as circunstâncias do vazamento pelo período que celular ficou na Polícia Civil de SP. O perito depôs por pouco mais de 1h. No depoimento, também citou a “possível origem criminosa” do vazamento das mensagens de seu celular.
O ex-auxiliar de Moraes foi ouvido depois da troca de mensagens entre Tagliaferro e o juiz do Supremo Airton Vieira vazarem e indicarem o uso extraoficial da Corte Eleitoral por parte do ministro do STF.
Moraes é citado nas conversas obtidas pela Folha de S.Paulo, que também mostram o recebimento de dados sigilosos da Polícia Civil de São Paulo pelo chefe do órgão do TSE.
Celular
O celular de Tagliaferro foi apreendido pela Polícia Civil de SP e lacrado, de acordo com B.O (Boletim de Ocorrência) obtido pela Folha. O documento foi lavrado na Delegacia Seccional de Franco da Rocha. O aparelho, um iPhone 14 com chips para duas linhas, foi levado à unidade pelo cunhado de Tagliaferro, Celso Luiz de Oliveira, e devolvido em 15 de maio.
“Afirma o declarante que o referido aparelho é de uso pessoal de Eduardo, bem como de uso profissional, possuindo dois chips. Referido aparelho foi devidamente desligado nesta delegacia visando preservar seu conteúdo, não possuindo o declarante a sua senha de acesso”. Ao final, há uma declaração dizendo ‘Aparelho apreendido sob o lacre’”, diz o documento, segundo a reportagem do jornal.
Fonte: Poder 360
Foto: Reprodução/Instagram @edutagliaferro