Alberto Fernández desceu do helicóptero presidencial na
Quinta de Olivos e ignorou o chalé. Ele se dirigiu à casa de hóspedes, onde
morava a primeira-dama, Fabiola Yáñez, de quem já estava separado de fato. Não
queria vê-la, mas sim o filho deles, Francisco. Mas algo aconteceu. Gritos
foram ouvidos, e o incidente terminou com ele puxando o cabelo dela e
segurando-a pelo braço, seguidos pela mãe dela.
Pelo menos duas pessoas presenciaram o incidente: um
militar – ainda em atividade – e o então administrador do local de Olivos, que
se interpôs entre o então Presidente e a então Primeira-Dama, os separou e
levou Fernández para longe dali em um carrinho de golfe, até que ele se
acalmasse, segundo a reconstrução feita pelo jornal LA NACION nos últimos dias
No entanto, esse não foi o único incidente registrado na
Quinta de Olivos, o local mais controlado da Argentina, onde prevalecem a
lealdade à Presidência, os acordos de confidencialidade laboral, a obediência
militar devida, o medo de enfrentar o poder e sofrer represálias, e a
conveniência do silêncio. Mas isso começa a se deteriorar.
Testemunhas potenciais enfrentam dilemas sobre revelar o
que viram. A segurança e sigilo na Quinta de Olivos passam por escrutínio
judicial. A denúncia inclui suposta violação de deveres de funcionário público
e crimes “de sombra”. Promotores buscam indícios para verificar as alegações da
ex-primeira-dama.
Fonte: O Globo
Foto: Rodrigo Néspolo – LA NACION