O ministro da Fazenda em exercício, Dario Durigan,
defendeu, nesta terça-feira (6/8), a autonomia do Banco Central (BC) e
reforçou que a transição de gestão do órgão de política fiscal e monetária
precisa ser feita sem “arroubo político”. Indicado pela gestão do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL), Roberto Campos Neto conclui seu mandato neste
ano e será substituído por um indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT).
A declaração de Durigan, que cobre as férias do
titular, Fernando Haddad, ocorreu durante painel realizado pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Como se protege o Brasil? A gente tem que fazer as
transições – seja a transição democrática, como foi feito de 2022 para 2023,
seja a transição da autoridade monetária – com responsabilidade e sem arroubo
político”, disse.
“Somos a favor da autonomia do Banco Central, porque a
autonomia do Banco Central garante que não haja oposição política no Banco
Central, que haja diálogo técnico, que haja entendimento. Isso é muito
importante neste momento do país”, completou o número dois de Haddad.
Autonomia do BC e Campos Neto
A gestão de Campos Neto à frente do Banco Central termina
em 31 de dezembro de 2024. Com isso, o presidente Lula precisa indicar um nome
para presidir o órgão nos próximos quatro anos.
Os dois anos de convivência entre Campos Neto e Lula estão
sendo marcados por críticas do petista.
Em uma delas, Lula chegou a indagar: “Entenderam que era
importante colocar no BC alguém que tivesse autonomia. Autonomia de quem? Para
servir quem? Atender quem?”.
O nome de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária
do Banco Central, é um dos cotados para assumir a presidência do órgão após o
fim do mandato de Campos Neto. Embora seja o favorito, Lula disse que ainda não
pensa na nomeação do próximo chefe do BC.
Fonte: Metrópoles
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil