O processo de beatificação do Padre João Maria Cavalcanti de Brito entra em nova fase. A Arquidiocese de Natal anunciou que a etapa local do processo foi concluída e que a documentação será enviada a Roma, onde passará por uma avaliação detalhada. Padre João Maria é conhecido como o “anjo de Natal” pelas iniciativas de caridade, especialmente marcado pela dedicação às causas sociais.
A fase diocesana do processo foi iniciada em 2002, e em 2004, o padre recebeu o título de Servo de Deus, conferido a quem tem o processo de beatificação oficialmente aberto. Nesta quarta-feira (9), o Tribunal para a Causa de Beatificação e Canonização encerrou a fase local com uma sessão solene realizada na Catedral Metropolitana de Natal, às 15h, seguida de uma missa em ação de graças às 16h30, presidida pelo Arcebispo Metropolitano Dom João Santos Cardoso.
De acordo com o relator do Tribunal, Padre Paulo Henrique da Silva, a principal base para a abertura do processo foi a “fama de santidade” de João Maria, que surgiu logo após sua morte em 1905. “No velório, discursos de homenagem já destacavam a vida de santidade que ele teve, e em 1906 foram publicados textos que circularam entre os fiéis da cidade, relatando a importância do padre para a comunidade”, comenta.
O Padre João Maria nasceu em 1848, na região do Seridó, e atuou em diversas cidades do Rio Grande do Norte, encerrando sua vida pastoral na capital, Natal, onde ficou conhecido por suas obras de caridade e seu carisma. Na época de sua morte, a Diocese de Natal ainda não existia, sendo criada apenas em 1909, quatro anos depois de seu falecimento. Ele era pároco da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, que posteriormente se tornaria a Catedral Antiga de Natal.
Agora que a fase local foi concluída, o material preparado será enviado ao Vaticano, onde começará a fase romana do processo de beatificação. Frei Jociel Gomes, postulador da Causa de Beatificação e de Canonização, será o responsável por levar os documentos ao Dicastério para a Causa dos Santos, em Roma.
Se o material for aprovado, o Padre João Maria poderá ser declarado venerável, um título concedido àqueles que viveram as virtudes cristãs em grau heroico. Segundo o Padre Paulo Henrique, “uma das grandes fontes para o processo foi o testemunho de inúmeras graças atribuídas à intercessão de Padre João Maria”, que foram sendo registrados ao longo do tempo.
Entre os relatos de graças alcançadas, um caso de destaque é o de um homem equatoriano que foi curado de um câncer, supostamente pela intercessão do padre. No entanto, para que o processo avance ao estágio de beatificação, um milagre que não tenha explicação científica comprovada deverá ser autenticado pelas comissões do Vaticano. O processo de beatificação e canonização é longo e complexo.
Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Divulgação/Arquidiocese