O bloqueio de um dos lados da Ponte de Igapó, há pouco mais de um ano, gerou um prejuízo mensal de R$ 17,9 milhões aos natalenses, o que dá mais de R$ 233 milhões de impacto durante todo o período de 13 meses de interdição. O bloqueio da ponte foi iniciado em setembro de 2023 e afeta pelo menos 350 mil moradores da zona Norte. O cálculo é do Departamento de Planejamento da Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU) e consta em um parecer em resposta a um laudo feito a pedido da Justiça Federal do RN sobre a possibilidade de mudança do canteiro de obras. O documento foi assinado no dia 09 de outubro pelo diretor Newton Filho.
Para chegar ao resultado, a Secretaria de Mobilidade utilizou as seguintes bases: partindo do custo da hora trabalhada da população, com base no salário mínimo R$ 6,42 e que as pessoas perdem cerca de 40 minutos por dia devido à obra ,resultante de 20 minutos adicionais aos tempos de viagem duas vezes por dia, “o impacto financeiro se torna mensurável e bastante significativo”.
“O valor pode ser estimado partindo da circulação de 70.000 veículos/dia, o que permite estabelecer no mínimo duzentas e oitenta mil pessoas cruzando a ponte diariamente, e considerando que 60% por cento da população ganha um salário minimo, conforme dados do IBGE, podemos calcular que esse valor aplicado somente ao percentual da população que ganha um salário minimo, representa uma força de trabalho produtiva que perfaz o montante de R$ 17.989.171,20 por mês”, aponta.
Além disso, a STTU sugere em seu parecer duas medidas que podem minimizar os impactos sociais da obra, que tem previsão de encerramento somente no segundo semestre de 2025. Entre as sugestões, estão a liberação do tráfego de uma das faixas da ponte na qual se realiza a obra, das 17h às 7h do dia seguinte, permitindo a circulação em três faixas da ponte no período em que os serviços não estarão sendo realizados.
A outra sugestão diz respeito à liberação do tráfego nos finais de semana em uma das faixas da ponte durante todo o período de não execução dos serviços, de modo a permitir a circulação em três faixas.
“Tais medidas, caso adotadas, ajudarão na melhoria do deslocamento e em razão da não confecção por parte do Dnit/Jatobeton de relatório de impacto de tráfego para realização da obra nem de estudo de impacto socioeconômico, mitigarão os efeitos negativos gerados em razão da ausência de tais itens na execução”, conclui parecer da STTU.
As obras de recuperação da Ponte Presidente Costa e Silva, popularmente conhecida como Ponte de Igapó, estão acontecendo desde 12 de setembro de 2023 e têm um orçamento de cerca de R$ 20,8 milhões. Na última atualização do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) publicada pela TRIBUNA DO NORTE, as obras estavam em 35% de execução. Com previsão inicial de conclusão para janeiro de 2025, a intervenção sofreu alterações e a perspectiva do Dnit é de que a ponte seja totalmente liberada em maio de 2025, atingindo uma duração de 20 meses.
A obra tem um orçamento de R$ 20,8 milhões, com recursos oriundos do Orçamento Geral da União. As intervenções incluem a restauração e o reforço de estacas, blocos e pilares; demolição de estruturas deterioradas; substituição asfáltica e de aparelhos de apoio; reforço de vigas, recuperação de barreiras de refúgio da ponte ferroviária e da passagem dos pedestres e guarda-corpos, dentre outros. A Ponte de Igapó, com 600 metros de extensão, nunca passou por uma reparação desde a construção de suas duas partes – uma em 1970 e outra em 1985.
Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Alex Régis