quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Puxada por conta de luz e alimentos, inflação acelera

 


Após a trégua vista em agosto, os preços da economia voltaram a subir em setembro. Impulsionado pelo encarecimento da energia elétrica e dos alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de uma queda de 0,02% em agosto para uma alta de 0,44% em setembro, divulgou nesta quarta-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado, puxado principalmente pelo aumento da conta de luz — a energia passou de -2,77% em agosto para 5,36% em setembro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,463 na conta de luz a cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos —, foi o mais elevado para o mês desde 2021, mas ficou em linha com as estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que apontava uma alta entre 0,38% e 0,52%, com mediana de 0,45%.

A taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses acelerou de 4,24% em agosto para 4,42% em setembro, aproximando-se assim do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024, que é de 3% com tolerância de até 4,50%.

Os aumentos de preços que resultaram nas principais pressões sobre a inflação do País em setembro foram consequência de distúrbios climáticos, avaliou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. Almeida aponta os aumentos de 5,36% na energia elétrica, um impacto de 0,21 ponto porcentual no IPCA, e de 0,50% em alimentação e bebidas, uma contribuição de 0,11 ponto porcentual.

“Nos principais impactos positivos no mês de setembro, tanto por parte da energia elétrica quanto no caso das carnes e frutas, os fatores climáticos contribuíram para a alta de preços”, afirmou Almeida.

A alimentação no domicílio ficou 0,56% mais cara em setembro. Houve aumentos no mamão (10,34%), laranja-pêra (10,02%), café moído (4,02%) e contrafilé (3,79%). “A oferta dessas frutas está sendo menor porque essas lavouras estão sendo afetadas pelas secas. As frutas aumentam com a redução de oferta”, justificou Denise Cordovil, analista da Gerência Nacional de Índices de Preços do IBGE.

As frutas ficaram 2,79% mais caras em setembro. O subgrupo carnes registrou aumento de 2,97%, a maior alta desde dezembro de 2020.


Fonte: Tribuna do Norte 

Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil