segunda-feira, 5 de agosto de 2024

RN lidera taxas de obesidade em crianças e adolescentes

 


O natalense Miguel Lira, de 15 anos, começou a ganhar peso gradativamente em 2021. No final do ano seguinte, imerso em uma rotina sedentária e já diagnosticado com transtorno de ansiedade, descobriu que estava pré-diabético. A condição veio acompanhada da obesidade. No Rio Grande do Norte, a taxa de obesidade entre adolescentes é a maior entre os estados do Nordeste, com 11.19%, correspondente a 11.903 pessoas desse público, enfrentando a condição. O número supera a média nacional, de 9.87%. A liderança se mantém, ainda, nos casos observados entre crianças de 5 a 10 anos, com percentual de 11.25%.

De acordo com especialistas ouvidos pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, o consumo excessivo de alimentos industrializados, o sedentarismo e políticas de saúde pouco efetivas estão entre os principais fatores para o cenário. Os dados são do Sistema de Vigilância Alimentar (SISVAN), do Ministério da Saúde, e correspondem ao ano de 2023. De acordo com o levantamento, as taxas de obesidade grave no público infantojuvenil também foram lideradas pelo Rio Grande do Norte.

A obesidade é uma condição multifatorial caracterizada pelo excesso de gordura corporal que aumenta os riscos de problemas de saúde. Taísa Macedo, médica endocrinologista pediátrica, explica que as principais causas dessa condição são ambientais, a exemplo de prejuízos no sono, sedentarismo e alimentação inadequada. Os fatores endócrinos/hormonais, por sua vez, correspondem a menos de 5% das causas da obesidade. “Quando a gente vê uma criança com obesidade ambiental exógena, é uma criança com excesso de peso e com alta estatura. Enquanto que a gente, quando observa uma causa endócrina, a criança tem baixa estatura”, esclarece.

No caso do jovem Miguel Lira, o aumento de peso foi desencadeado por fatores psicológicos e sedentarismo. A mãe do jovem, Fernanda Lira, conta que ainda no início de 2021 o filho começou a engordar aos poucos, mas somente no final daquele ano que recebeu o diagnóstico de ansiedade. Nesse período, conhecido como o pós-pandemia, o adolescente também não tinha hábitos saudáveis. “Em dezembro de 2022, tinha acabado de completar 14 anos e estava com 59kg, pré-diabético”, compartilha.

A nutricionista Ana Paula Chiapetti reforça que não há como excluir os fatores genéticos dos casos de obesidade infantojuvenil, mas uma dieta rica em alimentos industrializados pode levar ao desenvolvimento dessa condição. É o caso de comidas com glutamato monossódico, responsável por gerar uma saturação do paladar, tornando os alimentos mais saudáveis e naturais menos atrativos à criança. Na maioria dos casos, são eles os escolhidos para os lanches escolares. “Então, você imagina a criança que leva salgadinho e biscoito recheado todos os dias. São cinco dias na semana e 20 dias no mês”, alerta.

Outro problema apontado pela nutricionista é que, apesar dos industrializados apresentarem calorias elevadas, isso não se reflete em uma composição adequada de nutrientes. Aliado a isso, devido aos hábitos cada vez mais associados ao lazer na frente das telas, até mesmo a vitamina D tende a ser deficiente em crianças e adolescentes com obesidade e sobrepeso. Isso porque as brincadeiras na rua foram deixadas de lado por aparelhos eletrônicos como videogames.

Papel da família no tratamento

Seja nos casos de obesidade, ou nos de sobrepeso, o apoio da família é fundamental para que as crianças e adolescentes consigam recuperar suas qualidades de vida. Ana Paula Chiapetti explica que, quando um paciente chega ao seu consultório acompanhado do responsável, a conscientização sobre a necessidade de mudar os hábitos familiares é um ponto primordial do diálogo. “Eu acredito muito no parental, no poder da família. Uma família tem isso em mãos para conseguir ajustar o volume desses alimentos, realmente tratar exceção como exceção e não tratar exceção como rotina”, complementa.

O suporte a que a especialista se refere foi essencial para Miguel conseguir construir novos hábitos. Fernanda Lira conta que, apesar da mudança ter sido desafiadora, dialogou com ele sobre a importância dela para sua saúde. Aliado a isso, restringiu as ‘baganas’ para os fins de semana e ocasiões especiais. “Se a gente não tem [alimentos não saudáveis] em casa, ele não vai comer”, ressalta.

Tocando na pauta da alimentação, Ana Paula Chiapetti desmistifica a crença de que substituir os alimentos mais calóricos por versões ‘light’, ‘diet’, ou ‘fitness’, pode reverter a obesidade. Isso porque a dieta da criança não deve ser mudada de forma abrupta, mas a partir de substituições conscientes e gradativas que devem estar alinhadas ao contexto familiar. “Exigir que a criança coma uma salada à noite enquanto o adulto pede um fast food, [por exemplo], é impossível a gente achar que isso vai trazer algum resultado”, enfatiza.

Embora exista medicação para auxiliar no combate da obesidade, por meio da inibição do apetite e estímulo à saciedade, Taísa Macedo reitera uma perspectiva semelhante a da nutricionista e defende que a mudança no estilo de vida é a peça chave no tratamento. “A gente sempre tem que dizer que a medicação sozinha, sem mudança de estilo de vida, não vai ter efeito. Muita gente fala do ‘efeito sanfona’. Claro, se você não mudar o jeito que você está vivendo, vai recuperar tudo. A medicação é uma coadjuvante”, defende.

De acordo com Fernanda Lira, desde dezembro de 2022, Miguel saiu da zona do sedentarismo e vem trabalhando para manter a qualidade de vida. A contratação de um profissional de educação física, com quem o filho conseguiu construir um vínculo positivo, foi determinante para que pudesse treinar três vezes na semana. “Com 6 meses de adaptações, as mudanças já eram visíveis, o que fez a autoestima dele [Miguel] melhorar muito e ter estímulo para continuar”, compartilha.

Atualmente, Miguel pesa 60 kg e não relaxa quando o assunto é saúde. A mãe do jovem conta que a vigilância precisa ser mantida, inclusive, no contexto familiar. “A nossa família já tem o hábito de fazer exercícios e manter uma alimentação mais controlada durante a semana. Acredito que é muito importante dar o exemplo e não apenas exigir”, afirma.

O tratamento da obesidade acontece por meio de consultas trimestrais e exige um atendimento multidisciplinar envolvendo as áreas de nutrição, endocrinologia, psicologia e educação física. O conjunto é fundamental para evitar que o adolescente/criança desenvolva doenças metabólicas, dislipidemia (aumento do colesterol) e diabetes tipo 2 no futuro. Nos casos de crianças com pai/mãe obeso(a), especialmente, Taísa Macedo aponta que há 50% de chance da criança apresentar essa condição devido a fatores genéticos. Quando os dois responsáveis são obesos, o percentual sobe para 80%.

Especialistas defendem avanço nas políticas

Enquanto lidera as taxas de obesidade infatojuvenil no Nordeste, o Rio Grande do Norte parece caminhar de forma pouco ativa em prol do combate e prevenção dessa condição. É o que avalia Taísa Macedo, para quem é necessário maior diálogo desse trabalho junto à saúde e ao contexto escolar.

“Eu não consigo ver que está havendo uma política para combater a obesidade infantil. Acho que elas são muito isoladas. Se a gente for falar em merenda escolar, por exemplo, ela é feita para criança que não tem nada para comer em casa. Então ela almoça na hora da merenda”, afirma. Ainda, na visão dela, a ampliação da conscientização perpassa a melhoria da infraestrutura das escolas para que haja mais espaços para atividades esportivas.

Já Ana Paula Chiapetti defende que as campanhas educativas precisam surgir com o propósito de criar uma conexão e dialogar com as crianças e adolescentes. Na avaliação dela, não basta apenas divulgar dados, utilizar palavras técnicas e promover a conscientização por meio de frases como ‘consuma menos açúcar’. O motivo é que esse tipo de linguagem tende a não gerar identificação no público-alvo e, aliada ao uso de ‘palavras difíceis’, não passa o real significado das iniciativas.

“Eu acredito que tem que trazer isso numa mensagem, numa comunicação, que eles se sintam mais representados, que eles olhem e que eles falem: ‘nossa, isso é verdade, a gente não consegue fazer isso, a gente consegue melhorar isso’. Acho que mudar essa linguagem poderia ser interessante”, defende a nutricionista.

Política estadual

A Sesap reconheceu que as taxas são elevadas e informou que desenvolve estratégias de enfrentamento . A pasta reforçou, contudo, que cabe aos municípios executar as ações, enquanto ao Estado compete o monitoramento. “No que tange à responsabilidade da Sesap,existe um trabalho bem consolidado na articulação da Linha de Cuidado do Paciente com Sobrepeso e Obesidade (LCSO), cujo objetivo é organizar o fluxo de atendimento no SUS dos pacientes diagnosticados com excesso de peso, passando por todos os ciclos de vida. Dessa forma, têm sido promovidas reuniões técnicas, bem como capacitações mensais, a fim de qualificar a atenção nutricional de todos os pacientes atendidos na atenção primária”, disse a Sesap. Para o público adolescente e infantil, especialmente, a pasta citou o Programa Saúde na Escola (PSE), uma iniciativa intersetorial.

 

Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Ilustração

Crescem as infecções sexualmente transmissíveis em idosos no RN

 

A população brasileira com mais de 60 anos está crescendo e chegou a mais de 32 milhões no Censo do IBGE de 2022. Contudo, também tem sido crescente o índice de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) nessa faixa etária. De acordo com boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), na última década, de 2013 a 2023, houve aumento nos casos de sífilis (1.494,44%), hepatite C (180%) e HIV (103,57%) no Rio Grande do Norte. A hepatite B foi a única das ISTs monitoradas que teve uma baixa, de 30,76%.

Especialistas ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE apontam que esses números acendem um alerta nos serviços de saúde, os quais não costumam reconhecer essa população como sexualmente ativa. Nos levantamentos, a Sesap/RN, com base em notificações de sistemas federais, indicou que o total de idosos infectados com HIV era de 28, em 2013, chegando a 57, em 2023, número que ultrapassa o dobro. A incidência de sífilis aumentou quase 15 vezes nesse período, passando de 18 para 287 casos. Dados referentes à hepatite B apresentaram redução de 13 para nove. Quase dobrou o número de casos de hepatite C: de 20 para 56.

Conforme o Ministério da Saúde, as ISTs “são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada”. São exemplos de ISTs: herpes genital, sífilis, gonorreia, clamídia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), além das hepatites virais B e C.

À medida que essa população cresceu, novas dinâmicas surgiram e as preocupações com a saúde e o bem-estar dessa faixa etária acompanharam esse crescimento. O médico infectologista André Prudente, diretor do Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, conta que essa população, agora mais longeva e com mais qualidade de vida, mantém suas atividades sexuais.

Conforme Prudente, as pessoas idosas têm sido cada vez mais infectadas, o que se deve a uma série de razões. A atividade sexual aumentou, no entendimento dele, com a introdução de medicamentos para a impotência sexual em homens e mulheres. Com a volta dessas práticas, surge a preocupação com a saúde sexual dessas pessoas.

“Os idosos, principalmente os que têm mais de 70 anos, foram criados, foram adolescentes, adultos e jovens, em uma época que coincidiu, por exemplo, com Woodstock, da liberação sexual”, diz André. Segundo ele, “essas pessoas têm incutido na sua cultura o não uso do preservativo. E agora elas, voltando à atividade sexual, um idoso de 70 anos, que não tem mais a sua parceira ou seu parceiro fixo, [transa] com outras pessoas, profissionais do sexo, por exemplo. E, como eles têm dificuldade de usar preservativo, acabam ficando bastante sujeitos a infecções sexualmente transmissíveis”.

Já o urologista Maryo Kempes destaca que falar de sexualidade com a população idosa ainda é um tabu, até mesmo dentro das unidades de saúde. “A gente acha que essas pessoas não namoram, que essas pessoas não têm relação sexual, que essas pessoas não têm doença, e têm. Então, a gente tem que abordar o paciente da terceira idade da mesma maneira que abordaria um adulto. A gente tem que falar sobre isso, a gente tem que falar no consultório – o geriatra, o clínico, o urologista, a ginecologista”, pontua.

Esse pensamento é acompanhado pela médica infectologista Monica Bay: “Os profissionais de saúde precisam ver essa população como sexualmente ativa, perguntar ativamente sobre práticas sexuais, orientar sobre o uso de preservativo e outros métodos de prevenção, como a PrEP [Profilaxia Pré-Exposição] e a PEP [Profilaxia Pós-Exposição de Risco à Infecção pelo HIV e pelas Hepatites Virais]”, avalia Monica, que também é professora do Departamento de Infectologia da UFRN.

Maryo Kempes vê o aumento de ISTs em idosos como preocupante e acredita que ainda pode existir subnotificação de casos. A notificação dessas infecções é compulsória, ou seja, o profissional de saúde que diagnosticar é obrigado a comunicar o caso, que entra nas estimativas oficiais. “O médico é obrigado a diagnosticar uma sífilis para qualquer paciente, notificar. Muita gente não notifica. Então, acredita-se que haja subnotificações”, afirma.

Imunidade é um fator de alerta

O médico André Prudente orienta que os profissionais de saúde ofereçam os testes de ISTs, também, à população idosa. Com esses exames, explica, é possível diagnosticar uma infecção que ainda não tenha manifestações clínicas antes que ela se agrave. O diagnóstico tardio complica o tratamento das pessoas idosas, que já têm baixa imunidade.

“Os idosos têm uma característica que a gente chama de imunossenescência, a queda da imunidade com o passar dos anos, que, somado com qualquer doença infecciosa, se torna mais grave do que nas pessoas com menos idade. Principalmente o HIV, que pode trazer diversas consequências, como infecções oportunistas a que os idosos estão muito mais sujeitos. Então, o risco de ter complicações, inclusive óbito, é muito maior”, alerta. “Não é só adoecer, e sim adoecer gravemente”, adiciona.

Para Maryo Kempes, esse tema ainda “não é muito abordado no consultório médico de uma maneira geral, por preconceito, tabu”, e “isso faz com que acabe passando despercebido, o que vem complicando a vida de idosos. Porque o que acontece? O paciente idoso já tem uma imunidade mais baixa do que um paciente jovem; ele está mais propício a pegar as DSTs do que um paciente jovem”.

Sobre os termos DST e IST, Kempes explica que nos últimos dez anos houve uma mudança e foi adotada a forma IST, que dá ênfase à infecção. “Porque, quando a gente fala DST, a gente fala doença”. A pessoa pode ter infecção pelo vírus (HIV) e não desenvolver a doença (Aids).

“A diferença é que o HIV é a fase inicial da doença, onde a pessoa não tem essas manifestações oportunistas, e também tem a imunidade ainda boa, porque a doença vai destruindo a imunidade ao longo do tempo, em uma média de oito a dez anos se a pessoa não for tratada”, acrescenta André.

Segundo os profissionais ouvidos pela reportagem, outras ISTs são comuns nessa faixa etária, como a gonorreia e a herpes genital. “A preocupação não é uma preocupação brasileira, mas essa preocupação é mundial sobre o aumento das ISTs na população dessa idade”, diz Maryo Kempes.

Para o urologista, os remédios para impotência, como viagra e tadalafila, trazem de volta a vida sexual de pessoas 60+. Eles são “extremamente seguros”, além de estarem entre os medicamentos mais procurados. “Hoje em dia, você não tem mais ninguém impotente, todo mundo está namorando. Só que eles namoram ainda com aquele conceito que eles tinham na época de solteiro, 40 anos atrás, quando não usavam camisinha”, completa.

Dados no RN

Casos de HIV em 2013: 28

Casos de HIV em 2023: 57

Aumentou em 103,57%

Casos de sífilis em 2013: 18

Casos de sífilis em 2023: 287

Aumentou em 1.494,44%

Casos de hepatite B em 2013: 13

Casos de hepatite B em 2023: 9

Diminuiu em 30,76%

Casos de hepatite C em 2013: 20

Casos de hepatite C em 2023: 56

Aumentou em 180%

 

Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Divulgação


Deputados querem que Lula considere o ditador Nicolás Maduro ‘persona non grata’ no Brasil; entenda

 


Deputados de oposição ao governo protocolaram um requerimento na última sexta-feira, 2, para pedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considere o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, como “persona non grata” no Brasil. Segundo os congressistas, a medida reforçaria o compromisso brasileiro “acima de interesses ideológicos e partidários, com a liberdade e pela democracia liberal”.

Ser uma “persona non grata”, expressão que vem do latim, significa ser indesejada ou não ser bem-vinda em algum lugar. Na diplomacia internacional, o instrumento jurídico é uma prerrogativa que os países têm para considerar que um chefe de Estado ou um representante oficial estrangeiro não é mais reconhecido como tal por aquele país, fazendo com que perca status diplomático e privilégios dessa condição.

A solicitação foi assinada por 32 deputados, sendo 24 do PL, três do União Brasil, e um representante do PSD, um do PP, um do Novo, um do Republicanos e um do PRD. A proposição é uma “indicação”, um instrumento pelo qual os parlamentares podem sugerir a outro Poder a adoção de providências, por exemplo. O trâmite desse tipo de processo é o despacho do presidente da Casa e a publicação do requerimento no Diário Oficial da Câmara.

Os deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmam que a eleição presidencial na Venezuela foi fraudulenta e que a reeleição de Maduro “desafia a lógica e a estatística”. No documento, os parlamentares também argumentam que o Brasil deve adotar uma posição firme “em defesa dos direitos democráticos e dos direitos fundamentais”.

“Os resultados divulgados, com percentuais matematicamente precisos, sugerem uma manipulação grotesca. Em um golpe contra a democracia, os votos parecem ter sido ajustados para encaixar em percentuais previamente decididos. Esse teatro de manipulação é uma afronta ao povo venezuelano e à comunidade internacional, que merecem transparência e verdade no processo eleitoral”, diz trecho da solicitação.

A eleição de Maduro não é reconhecida por diversos países, pelo Centro Carter, observador internacional do processo eleitoral, e pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que denunciou uma “manipulação aberrante”.

Uma semana após a alegada reeleição, o governo brasileiro não reconheceu nem refutou, o resultado eleitoral. O Planalto pediu que as atas que comprovariam a vitória de Maduro sejam apresentadas pelo regime chavista, embora não tenha definido até quando vai esperar por respostas. Sete países da União Europeia fizeram o mesmo neste sábado, 3, pedindo que as autoridades venezuelanas “publiquem rapidamente todos os registros”.

Apesar da posição oficial do governo, Lula disse nesta semana que “não tem nada de grave, nada de anormal” na disputa. O presidente também afirmou na ocasião que todos têm a obrigação de reconhecer o resultado das eleições quando as atas forem apresentadas.

Desde o anúncio do resultado eleitoral, o país vizinho vive escalada da tensão com protestos internos. Organizações independentes venezuelanas afirmam que os protestos são repreendidos pelas forças de segurança com prisões e mortes. Maduro disse que cerca de 2 mil pessoas já foram detidas e serão mantidas em duas prisões de segurança máxima.

 

Fonte: Estadão Conteúdo

Foto: Wilton Junior/Estadão

União Europeia não reconhece resultado da eleição presidencial na Venezuela

 


A União Europeia não reconheceu os resultados das eleições venezuelanas, realizadas no último domingo, e das quais o presidente Nicolás Maduro foi proclamado vitorioso em meio a denúncias de fraude da oposição, ampla condenação internacional e pedidos por mais transparência na divulgação dos resultados.

Em comunicado, o bloco europeu disse que aceita a veracidade das atas publicadas pela oposição liderada por María Corina Machado, ratificando que o candidato opositor “Edmundo González Urrutia parece ser o vencedor por uma maioria significativa”.

“Apesar do seu próprio compromisso, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não publicou as atas oficiais de votação dos colégios eleitorais. Sem provas que as respaldem, os resultados publicados em 2 de agosto pelo CNE não podem ser reconhecidos”, disse o comunicado. “Qualquer tentativa de adiar a publicação integral das atas oficiais de votação apenas aumentará as dúvidas sobre a credibilidade dos resultados oficialmente divulgados.”

O bloco também “pede que se proceda a uma nova verificação independente das atas eleitorais, se possível por uma entidade de reputação internacional”, e acrescenta que “as autoridades venezuelanas, incluindo as forças de segurança, devem respeitar plenamente os direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão e de reunião”.

Segundo os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro recebeu 6,4 milhões dos votos contra 5,3 milhões de González, com base na contagem de 96,87% das atas. A oposição, entretanto, alega ter cópia de mais de 80% das atas eleitorais — ainda não apresentadas pelo CNE — e diz que González Urrutia obteve 67% dos votos. Os documentos da oposição foram publicados na internet de forma independente, mas outras análises corroboram que González recebeu mais votos do que o presidente.

Seguindo os Estados Unidos e o Peru, Equador, Panamá, Uruguai, Guatemala e Costa Rica reconheceram na sexta-feira a vitória de Edmundo González Urrutia nas eleições na Venezuela. Enquanto isso, Brasil, México e Colômbia tentam conter um efeito cascata na região: após conversas sobre a crise, os chanceleres dos três países cogitam ir a Caracas nos próximos dias para tentar negociar uma saída para a crise política do país.

A crise já levou a inúmeros protestos contra os resultados oficiais da eleição, com mais de mil pessoas presas, incluindo lideranças da oposição, e ao menos 11 civis mortos, embora organizações de defesa dos direitos humanos afirmem que o número chega a 20.

 

Fonte: Com informações de O Globo

Foto: Pedro Rances Mattey / AFP

Caçulinha, músico do Domingão do Faustão, morre aos 86 anos

 


O músico e compositor Rubens Antônio da Silva, mais conhecido como Caçulinha, morreu aos 86 anos na madrugada desta segunda-feira (5), segundo familiares. Ele estava internado no Hospital Santa Maggiore, em São Paulo, onde se recuperava de um infarto, havia cerca de dez dias.

Caçulinha se tornou nacionalmente conhecido por suas participações no Domingão do Faustão, ao produzir a trilha sonora do programa ao vivo por mais de 20 anos.

De acordo com os familiares, o velório será na Capela do Cemitério São Paulo, em Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista, das 11 às 15h. O sepultamento será às 16h no mesmo local.

 

Fonte: g1

Foto: Reprodução/Acervo pessoal

Convenções partidárias: prazo acaba nesta segunda-feira; 40 mil se inscreveram

 

Os partidos e confederações têm até esta segunda-feira (5) para realizar suas convenções partidárias. É nos encontros que são escolhidos candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador, além da deliberação sobre eventuais coligações para as Eleições Municipais 2024. O prazo começou em 20 de julho e está no Calendário Eleitoral do pleito de outubro deste ano.

Nas datas das convenções, em cada município, a legenda que deseje participar das eleições deve ter órgão de direção constituído na circunscrição devidamente anotado no tribunal regional eleitoral, de acordo com o respectivo estatuto partidário. A federação que queira participar do pleito precisa contar, em sua composição, com ao menos um partido político que tenha órgão de direção que atenda a esta regra.

A convenção partidária é um encontro formal entre filiados e uma legenda política, realizado de acordo com as normas da agremiação.

Até o momento, estão inscritas na Justiça Eleitoral cerca de 40 mil pessoas. Quase três mil desejam concorrer ao cargo de prefeito ou vice-prefeito. E aproximadamente 35 mil estão cadastradas para vereador.

 

Fonte: Metrópoles

Foto: Ricardo Botelho/Especial Metrópoles


Extremoz veste Rosa para a maior convenção da história, que homologou as candidaturas de Jussara e Izidoro para prefeitura


O município de Extremoz parou na noite do último sábado (03) para acompanhar a convenção partidária do PL que homologou a chapa Jussara Sales (PL) prefeita e vice Izidoro Filho, na eleição municipal deste ano.

A convenção rosa, que lotou  o Colégio Expansivo, também homologou a coligação majoritária formada pelos partidos PL, PSDB, Podemos e União Brasil.

E foi no meio do povo, cantando, dançando e iluminada pelas lanternas do celulares dos convencionais que surgiu a prefeita Jussara para oficializar sua candidatura à reeleição. Uma festa com recorde de público para entrar para a história política da cidade. Jussara foi ovacionada pelos convencionais e retribuiu o carinho e apoio prometendo trabalhar ainda mais para fazer Extremoz uma cidade melhor para todos.

Também marcaram presença na convenção do PL de Estremoz, o presidente estadual do partido do secretário nacional, senador Rogério Marinho; e o deputado federal General Girão. 



Salatiel e Homero realizam a maior convenção de Parnamirim

 




Foi pelos braços do povo que Salatiel e Homero chegaram à convenção, realizada no Parque Aristófanes Fernandes. O local do evento estava lotado, com recorde de público. De repente, as luzes apagaram e com celulares nas mãos as pessoas acenderam as lanternas dos aparelhos. No exato momento, a música aumentou de volume e um canhão de luz revelou que os candidatos estavam no meio dos convencionais. Uma festa político-partidária jamais vista em Parnamirim.

Visivelmente emocionado, Salatiel agradeceu ao povo parnamirinense o carinho e o apoio e garantiu que vai trabalhar para Parnamirim não caia nas mãos da esquerda. Ao lado do senador Rogério Marinho, presidente do PL, aproveitou o momento histórico para reafirmar que é o candidato de Bolsonaro, que representa a Direita e os valores cristãos e reforçou que está preparado para administrar a cidade, junto com Homero, para que Parnamirim continue avançando, para garantir mais qualidade de vida para a população.

A convenção “Bora pra frente” Parnamirim, com Salatiel e Homero, além de impressionar pelo público recorde, chamou a atenção pelo aspecto da inclusão. A organização pensou em cada detalhe e colocou espaço especial, reservado, de frente ao palco para pessoas com deficiência – PCD ou necessidades especiais e também colocou intérprete de libras para que os deficientes auditivos pudessem acompanhar todos os discursos.

Também marcaram presença em total apoio a Salatiel e Homero: o prefeito Rosano Taveira com a primeira-dama Alda Lêda; o deputado federal General Girão; o deputado estadual Taveira Jr.; o Presidente da Câmara Wolney França; a vereadora de Natal e esposa do deputado Paulinho Freire, Nina Souza; o presidente do PL Natal Cel Hélio; o secretário do Podemos, Brenno Queiroga; entre outros.

A organização estima que mais de 10 mil pessoas estiveram presentes na convenção.




sábado, 3 de agosto de 2024

Venezuela terá dia de protestos em meio a tensão após Maduro se declarar reeleito

 

A Venezuela terá neste sábado (3) um dia marcado por protestos contra e a favor de Nicolás Maduro, após o chavista se declarar reeleito em uma votação contestada dentro e fora do país.

Lideranças da oposição realizam um ato contra o presidente no fim da manhã, em um ato que, segundo os organizadores, será a favor da democracia. Pouco depois, grupos pró-Maduro vão às ruas em Caracas.

A expectativa é pela divulgação das atas eleitorais, uma espécie de boletim de urna, que mostraria o resultado da eleição.

O Conselho Eleitoral da Venezuela proclamou o presidente Nicolás Maduro, que está no poder desde 2013, vencedor das eleições de 28 de julho com 51% dos votos.

Mas a oposição do país diz que sua contagem de cerca de 90% dos votos mostra que seu candidato Edmundo González recebeu mais que o dobro do apoio do presidente em exercício.

Na sexta (2), o presidente venezuelano alertou sobre “consequências inevitáveis” caso os opositores apresentem as atas ao Supremo Tribunal de Justiça (TSJ). Ele também criticou González por não apresentar seus resultados de votação ao TSJ.

Depois de uma semana de tensão sobre os resultados da eleição presidencial no país, a polarização política tem se expressado nas ruas de várias cidades do país, com registros de episódios de violência e mortes.

A Human Rights Watch, organização internacional não governamental que defende e realiza pesquisas sobre os direitos humanos, disse na quarta-feira (31) que tem “relatórios legítimos” de que houve 20 mortes, enquanto o Foro Penal tem um registo até o dia 1º de agosto de 11 mortes e 711 detenções.

Até o momento, a Procuradoria da Venezuela não respondeu às perguntas da CNN sobre o assunto.

O governo de Nicolás Maduro apelou à “mobilização permanente” ao longo da semana. Na quarta-feira (31), Maduro disse, no Palácio Miraflores, diante de seus apoiadores: “No sábado, convido vocês à mãe de todas as marchas para celebrar a vitória da paz em Caracas”.

Na quinta-feira (1º), a líder da oposição, María Corina Machado, convocou uma manifestação  para defender os resultados das eleições de 28 de julho. A convocação foi feita através de um vídeo, após divulgar a informação de que decidiu se esconder por temer pela sua vida.

Fonte: CNN

Foto: REUTERS/Isaac Urrutia

 


Mulher sem profissão vai ser agredida pelo marido se não tomar cuidado, diz Lula

 


O presidente Lula (PT) disse nesta sexta-feira (2), ao defender um programa de educação do governo, que uma mulher sem profissão será dependente dos outros e, se não se precaver, será agredida pelo marido.

“Uma mulher sem profissão vai ficar a vida inteira dependente dos outros. Vai casar e, se não tomar cuidado, o marido vai agredi-la e ela vai ficar com ele porque precisa dar comida para os filhos. Ninguém pode viver com alguém que seja violento contra mulher”, disse o presidente em Fortaleza, em frente a uma plateia com alunos da rede pública de educação.

O presidente acumula gafes desde o período da pré-campanha eleitoral. Em julho, disse que condena a violência doméstica, mas, “se o cara for corintiano, tudo bem”.

A declaração foi dada em meio a um comentário em que ele criticava a violência doméstica e elogiava a presença de mulheres em um evento com empresários do ramo alimentício.

Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto na ocasião, após repercussão negativa, o governo afirmou que “em nenhum momento o presidente Lula endossa ou endossou” a violência contra as mulheres.

Nesta sexta, o mandatário disse que, se a mulher tiver um emprego, vai estar com alguém “não porque precisa de um prato de comida”.

“Uma mulher que é bem formada, que se chegar em casa e o marido for daqueles bem ranzinza, fala o seguinte ‘não sou sua empregada, sua filha, sou sua mulher. Se não me tratar com respeito, vou embora’”, afirmou Lula.

 

Fonte: Folha de S. Paulo

Foto: Reprodução