A primeira-dama Janja Lula da Silva esteve fora do Brasil por 16 dias a mais que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o início do governo. No total, a socióloga já passou 103 dias em viagens internacionais para acompanhar o governante ou para representar o país em eventos oficiais. No mesmo período, seu marido viajou para o exterior por 87 dias.
Em 2023, a primeira-dama acompanhou o presidente em todas as viagens internacionais realizadas. Não teve compromissos próprios fora do país. Já em 2024, Janja teve 4 eventos oficiais em que foi designada pelo presidente ou recebeu convites para representar oficialmente o Brasil.
Eis um resumo das viagens em que Janja foi sozinha ou antes de Lula:
- Março – viajou aos Estados Unidos para representar o país na 68ª Comissão Sobre Mulheres da ONU (Organização das Nações Unidas), um evento sobre igualdade de gênero e empoderamento das mulheres. Foi indicada na condição de socióloga e não de primeira-dama. Ficou em Nova York por 8 dias (9.mar a 16.mar);
- Julho – foi indicada por Lula para representá-lo nos Jogos Olímpicos de Paris. Ficou na capital francesa por 4 dias (25.jul a 29.jul);
- Setembro – viajou ao Qatar para participar da 5ª Celebração do Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques. Foi a convite da sheika Mozha bin Nasser al-Missned. O evento foi realizado pela organização Education Above All. Ela discursou no painel “Educação em Perigo: o custo humano da guerra” e visitou uma escola para crianças refugiadas. Ficou no país por 4 dias (9.set a 10.set).
- Setembro – chegou a Nova York 3 dias antes de Lula para participar de eventos prévios à reunião da Assembleia Geral da ONU. Participou de discussões na organização sobre desenvolvimento sustentável e do painel “Food for Humanity” (Alimento para a Humanidade, em tradução livre) do Fórum de Líderes Mundiais, promovido pela Universidade Columbia. No total, ficou 7 dias nos Estados Unidos (29.set a 2.out).
A primeira-dama costuma acompanhar Lula em todas as suas viagens internacionais. A única exceção desde o início do 3º mandato do petista foi a sua ida ao Chile, em agosto, quando foi recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente Gabriel Boric. Na época, Janja não acompanhou o marido e ficou reclusa por mais de 20 dias depois de ter realizado um procedimento estético.
A cirurgia nunca foi confirmada oficialmente pelo governo. Ao Poder360, a assessoria da primeira-dama disse naquele mês que ela estava fazendo aulas intensivas de inglês e francês.
VIAGENS
Desde que foi para a França para representar o governo brasileiro na cerimônia de abertura das Olimpíadas, Janja intensificou viagens solo pelo mundo. Também foi ficando mais à vontade para gravar vídeos e dizer quais eram suas impressões.
Em setembro de 2024, ela teve 2 compromissos internacionais separados de Lula: foi ao Qatar e chegou antes do presidente a Nova York.
Ao voltar do Oriente Médio, a primeira-dama publicou um vídeo em suas redes sociais para relatar a viagem. Ela se encontrou com a sheika Moza bint Nasser, uma das 3 mulheres do sheik Hamad bin Khalifa. Também participou de um painel sobre educação em Doha.
A viagem a Doha custou ao menos R$ 283,3 mil só com seguranças. Janja levou outros 4 assessores ao Qatar. No painel de viagens do MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos), a ida do grupo custou R$ 52.000, entre diárias e passagens.
A ida de Janja ao Oriente Médio fez com que ela não estivesse no tradicional desfile aberto no Rolls Royce presidencial com Lula durante as comemorações da Independência do Brasil, no 7 de Setembro de 2024.
Semanas depois, a primeira-dama embarcou para Nova York 3 dias antes do marido. Lá, participou do evento “Líderes globais: mulheres nas finanças acelerando e alavancando o financiamento para uma transição justa e climática com igualdade de gênero em escala”.
GAFES
A apresentação da primeira-dama ficou comprometida por um deslize com a língua portuguesa, que acabou viralizando na internet. “Eu sempre falo que a gente tinha trilhado um caminho, tinha abrido [sic] aquele caminho”, afirmou Janja sobre políticas contra a fome. O certo é “tinha aberto“.
Durante a abertura da 79ª Assembleia Geral da ONU, Janja usou um casaco com bordado típico da Palestina. Ela e o presidente são publicamente a favor da causa árabe e a vestimenta foi uma mensagem tácita contra Israel.
Ainda Nova York, a primeira-dama protagonizou outra gafe linguística. Num vídeo gravado no Central Park, ela falou parcialmente em inglês e português a respeito do combate à fome. Pediu ajuda aos “cidadões [sic] globais” –o correto é “cidadãos”. De novo, a gravação viralizou na internet.
AEROJANJA
Janja reclamava desde o início do 3º mandato de Lula sobre esse desconforto nas viagens internacionais –apesar de o AirBus contar com quarto privativo e cama de casal. Na sua última viagem ao México, Lula e toda a sua comitiva viveram momentos de tensão quando o Aerolula –como o equipamento é conhecido– teve de retornar por causa de um problema técnico.
O presidente agora está decidido a comprar um avião maior e com mais autonomia para voos mais longos. Em Brasília, já circula uma anedota nos corredores do poder. Agora, o equipamento não vai se chamar Aerolula. Já tem sido apelidado de Aerojanja.
Fonte: Poder 360
Foto: Marina Ziehe/COB