CEARÁ MIRIM

CARNAVAL EM NATAL

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Carnaval de 2025 deve gerar R$ 12 bilhões em receitas e 32 mil empregos temporários no país



 O carnaval de 2025 promete ser um grande impulsionador para a economia do turismo no Brasil, com uma expectativa de movimentação de R$ 12,03 bilhões em receitas. Esse valor representa um crescimento real de 2,1% em comparação ao ano anterior, conforme dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

“Este crescimento está diretamente relacionado ao avanço no número de turistas estrangeiros, impulsionado pelo câmbio e pela diversidade de atrativos culturais do Brasil. Se confirmada a projeção, este será o melhor carnaval desde 2015”, informou nota da CNC,.

Os segmentos de bares e restaurantes se destacam, prevendo-se que gerem R$ 5,4 bilhões durante o período festivo. Em seguida, os serviços de transporte devem arrecadar R$ 3,31 bilhões, enquanto a hospedagem deve contribuir com R$ 1,28 bilhão. Juntos, esses setores representam 83% do total das receitas esperadas para o turismo no carnaval.

Além do impacto financeiro, a CNC estima que o carnaval criará cerca de 32,6 mil empregos temporários, com a maior parte das oportunidades concentradas em bares e restaurantes, que devem gerar aproximadamente 22,85 mil vagas.  Em sequência está o segmento de hotéis, pousadas e similares (4,06 mil) e empresas de transporte (3,31 mil).

Entretanto, a taxa de efetivação dos trabalhadores temporários está projetada em 7%, o que indica um cenário de crescimento econômico mais contido para 2025. Nos anos anteriores, essa taxa foi superior, mas tem apresentado uma tendência de queda nos últimos tempos, refletindo as mudanças nas condições do mercado de trabalho.


Fonte: Jovem Pan 

Foto: Arquimedes Santos / PMO

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Gasolina sobe no RN e Parnamirim registra maior preço médio do estado

 


Parnamirim registrou o preço médio de revenda da gasolina comum mais alto do Rio Grande do Norte, chegando a R$ 6,89. O município também apresentou o maior aumento no período, com um acréscimo de R$ 0,44 no valor do litro. Em seguida, Caicó teve média de R$ 6,82, enquanto Natal ocupou a terceira posição, com R$ 6,80. Já Mossoró registrou o menor preço entre as cidades pesquisadas, com R$ 6,70. Considerando todos os municípios analisados, a média estadual foi de R$ 6,79.

Os dados são da pesquisa semanal realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre os dias 2 e 8 de fevereiro. Em comparação com a semana anterior, de 26 de janeiro a 1º de fevereiro, a média da gasolina no estado subiu R$ 0,16. O maior aumento ocorreu em Parnamirim, onde o valor avançou R$ 0,44. Já em Natal, a alta foi de R$ 0,09.

De acordo com o relatório, o preço máximo da revenda da gasolina em Caicó chegou a R$ 6,99. Em Natal a máxima alcançou R$ 6,89, assim como em Parnamirim. Já Mossoró, atingiu uma máxima de R$ 6,79.


Média da gasolina comum – 2 e 8 de fevereiro


Parnamirim – R$ 6,89

Caicó – R$ 6,82

Natal – R$ 6,80

Mossoró – R$ 6,70


Média da gasolina comum – 26 de janeiro e 1° de fevereiro


Natal – R$ 6,71

Caicó – R$ 6,66

Mossoró – R$ 6,58

Parnamirim – R$ 6,45


Média RN – 2 e 8 de fevereiro

R$ 6,79


Média RN – 26 de janeiro e 1° de fevereiro

R$ 6,63

O preço médio do etanol em Natal também teve aumento. A pesquisa registrou o combustível por R$ 5,42 na nova pesquisa, sendo a segunda cidade com média do etanol mais caro, atrás apenas de Parnamirim, onde custa R$ 5,49. Em seguida, está Mossoró por R$ 5,21 e Caicó com média de R$ 5,19.


Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Magnus Nascimento

Professores farão paralisação por falta de acordo com o Governo para pagamento do piso

 


O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte/RN) anunciou para esta terça-feira, 11, um protesto contra o Governo do Estado pela falta de acordo em relação a aplicação do reajuste de 6,7% do piso da categoria.

A atitude é rescaldo da reunião considerada frustrante da última sexta-feira com a secretária estadual de Educação, Socorro Batista, juntamente com representantes da Procuradoria Geral do Estado e da Secretaria de Administração. “O governo não irá aplicar o reajuste do piso na carreira dos professores da rede estadual de ensino. Nesse sentido, iremos organizar nossa luta”, afirmou o coordenador-geral do Sinte-RN, Bruno Vital, que participou da reunião ao lado de outros representantes do sindicato.

O Sinte/RN classifica como “falta de sensibilidade” da governadora Fátima Bezerra (PT) a ausência de uma proposta que contemplasse os professores.

Em Mossoró, a Regional do Sinte realizará uma Assembleia Geral na sede do sindicato, a partir das 8h da manhã, para discutir os rumos da luta pela educação. “Dessa forma, estão convocados todos os profissionais da rede estadual para alinhamento de forças. O objetivo da reunião é organizar as próximas etapas da luta, discutir as condições de trabalho e garantir a união da categoria em torno do reajuste do piso, além das pautas que permanecem em aberto, como o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos funcionários e funcionárias da educação”, afirma texto publicado na página da entidade.

Em Natal, será feita uma manifestação às 8h em frente à Assembleia Legislativa, antes da leitura da mensagem anual da governadora. Na oportunidade será realizado o “Café com Luta”, seguido de um Ato Público.

A partir das 14h, os professores farão uma nova Assembleia no auditório do Sinte-RN, em Natal.

“O governo precisa se comprometer de forma efetiva com a valorização da classe e com a implementação das pautas que envolvem tanto os professores quanto os demais profissionais da educação. O Sinte-RN, e regionais, seguem comprometidos a intensificar a mobilização até que as demandas sejam atendidas, e a greve é vista como uma ferramenta importante para garantir que o piso salarial seja pago e o PCCR dos funcionários da educação seja reformulado”, afirma o Sinte em sua página na Internet.


Fonte: Blog do Barreto

Foto: Reprodução 

Mercado aumenta projeção da inflação para 5,58% em 2025


 Os analistas do mercado financeiro aumentaram a estimativa da inflação para 5,58%. Na semana anterior, o valor era de 5,51%. Esta é a 17ª semana de aumento na projeção. O mercado mede a inflação pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Os agentes do mercado reduziram a projeção do PIB (Produto Interno Bruto) para 2,03% ante 2,06% na semana anterior. As projeções são do Boletim Focus, divulgado nesta 2ª feira (10.fev.2025) pelo BC (Banco Central).

O mercado manteve a estimativa do preço do dólar em R$ 6,00 e projeta a taxa básica de juros, a Selic, em 15,00%. Ambos os casos estão inalterados pela 5ª semana consecutiva.

Para a inflação de 2026, os analistas aumentaram a projeção para 4,30%, ante o valor de 4,28% na semana anterior. As estimativas do PIB e do câmbio para 2026 são de 1,70% e R$ 6,00, respectivamente. A projeção do mercado para a Selic de 2026 foi mantida em 12,50%.

O QUE É O FOCUS

O relatório é divulgado toda 2ª feira e resume desde 2000 as projeções estatísticas de economistas e operadores do mercado consultados pelo Banco Central.


Fonte: Poder 360

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Café e legumes tiveram aumento pelo quarto mês consecutivo na cesta básica

 


Dos 13 itens que compõem a cesta básica, seis tiveram aumento em janeiro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema). Os produtos que tiveram alta foram legumes (24,96%); café (10,23%); farinha (7,83%); tubérculos (4,30%); açúcar (2,30%); e margarina (2,09%). Além de registrarem as maiores altas, café e legumes vêm apresentando aumentos consecutivos desde setembro de 2024.

O custo da cesta básica em Natal teve um aumento de 0,19% em janeiro, em relação ao mês anterior. Nas despesas com os produtos essenciais, o custo com a alimentação por pessoa foi de R$ 595,11, o que para uma família de quatro pessoas custaria R$ 2.380,44. O custo por pessoa subiu R$ 1,14.

Apesar do aumento geral da cesta básica, sete produtos registraram queda de preço em janeiro. O leite (-11,82%) e o óleo (-9,46%) foram os que mais recuaram no mês, seguidos pelo arroz (-5,32%), feijão (-3,36%) e frutas (-2,65%).

A oscilação nos preços da cesta básica impactou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que subiu 0,34% em janeiro de 2025, segundo o Idema. O grupo Alimentação e Bebidas, que representa 32,43% do orçamento familiar, subiu 0,98%, impulsionado pela alta de 15,01% nos tubérculos, raízes e legumes. O relatório também destaca o impacto de outros itens, como bebidas e infusões (3,16%) e hortaliças (1,04%), que contribuíram para a elevação dos custos alimentares.


Fonte: Tribuna do Norte 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


Geraldo Pinho é o novo secretário de Saúde de Natal

 


O prefeito Paulinho Freire anunciou, na manhã desta segunda-feira (10), o médico Geraldo Pinho como secretário municipal de Saúde de Natal. O novo gestor da pasta foi recebido no Palácio Felipe Camarão e, em seguida, se dirigiu à Secretaria. 

Formado em Medicina há quase 13 anos, com residência médica em Radiologia e diagnóstico por imagem no Hospital do Servidor Público Estadual do Estado de São Paulo (IAMSPE) e com especialização em diagnóstico por imagem do sistema músculo esquelético no Hospital do Coração de SP (HCor), Geraldo Pinho tem amplo conhecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). 

 

O novo titular da SMS Natal já atuou em equipes de Saúde da Família (ESF) em três municípios (Canguaretama, lelmo Marinho e Jucurutu). Além disso, o novo secretário ocupou o cargo de diretor médico do Hospital Maternidade de Jucurutu e do Instituto de Radiologia, ampliando sua expertise em gestão hospitalar. Ele participou ainda do programa “Acelera”, idealizado pelo Governo de São Paulo, que tinha como foco a realização de exames e cirurgias diárias, inclusive de madrugada, para acelerar o atendimento e diminuir filas de espera.

Governo Lula gasta R$ 1,1 milhão com anúncios na Meta em 1 mês



 A Secom (Secretaria de Comunicação Social) pagou R$ 1.115.718 à Meta em 1 mês para impulsionar conteúdos nos perfis oficiais do governo no Instagram e no Facebook.

De acordo com a Biblioteca de Anúncios da Meta, a cifra foi desembolsada de 6 de janeiro a 4 de fevereiro deste ano para custear 48 publicidades.

Dezoito desses anúncios exibem o rótulo (identificação de quem financiou o conteúdo) do Governo do Brasil. O valor pago para impulsioná-los foi de R$ 987.632, liderando o ranking de investimentos no período analisado.

Os conteúdos incluem peças publicitárias sobre agronegócio, redução do desemprego, combate à fome e educação.

A outra parte das postagens promovidas (30) foram pagas pela Secom para divulgar o Acredita, programa de crédito e renegociação de dívidas para pequenos negócios. Foram gastos R$ 128,086 para impulsionar a iniciativa voltada para MEIs (microempreendedores individuais), microempresas e empresas de pequeno porte.

O programa, que já havia sido divulgado em dezembro, voltou a ser impulsionado a partir de 8 de janeiro, depois que a Receita Federal anunciou que passaria a fiscalizar transferências via Pix acima de R$ 5.000 para pessoas físicas.

A medida não foi bem aceita pela população, principalmente por pequenos comerciantes e trabalhadores informais que recebiam seus pagamentos de forma digital e ficavam de fora do radar do Fisco. Com o novo sistema, quem caísse na faixa de renda passível de pagamento de IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física) seria contatado para ser cobrado.

A iniciativa acabou derretendo ainda mais a credibilidade do governo, que acabou derrubando a norma em 15 de janeiro.

Ao Poder360, a Secom declarou que o uso dos 2 rótulos se dá pela limitação de contas de anúncio da plataforma. Afirmou também que todos os valores são pagos pelo governo por meio da Secretaria de Comunicação Social.

MUDANÇA NA SECOM

Desde 14 de janeiro, a Secom está sob o comando do publicitário Sidônio Palmeira, que assumiu a missão de recuperar a popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Dentre as mudanças implementadas por ele estão, por exemplo, o uso de uma linguagem mais própria das redes como o uso do POV (Point of View ou ponto de vista em português) em vídeos do Lula.

Sidônio já havia atuado em campanhas do governo antes mesmo de assumir a Secom. Ele coordenou a resposta da gestão Lula à fake news de que transações no Pix seriam taxados pela Receita Federal.

Foi do marqueteiro a ideia do vídeo divulgado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em que rebate um vídeo falso que utiliza inteligência artificial para simular declarações suas sobre a criação de impostos. Em seu perfil oficial no Instagram, o titular da Fazenda negou a criação de tributos sobre o Pix, animais de estimação e quem compra dólar.

Fonte: Poder 360


Crime organizado movimenta R$ 146,8 bilhões em produtos lícitos ao ano


 O crime organizado fatura por ano, no Brasil, ao menos R$ 146,8 bilhões em mercadorias lícitas. São produtos consumidos por boa parte da população, como combustíveis e lubrificantes, bebidas, ouro e tabaco. O montante faturado equivale a três vezes e meia o orçamento anual do Ministério da Educação (MEC). O valor foi estimado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e repassado, em primeira mão, ao Metrópoles.

O documento foi batizado de Follow the products – rastreamento de produtos e enfrentamento ao crime organizado no Brasil. O texto apresenta análise da atuação de grupos criminosos nos quatro mercados descritos e também traça ideias para conter o avanço do crime. Os pesquisadores consultaram várias bases de dados, como operações da Polícia Federal (PF), relatórios de instituições acadêmicas, representações setoriais, institutos de pesquisa, organizações da sociedade civil e da imprensa, por exemplo.

A estimativa apresentada no estudo do FBSP é a de que o crime organizado fature R$ 348,1 bilhões ao ano em três grupos – o que envolve combustíveis e lubrificantes, bebidas, ouro e tabaco é o segundo maior, representando 42,1% do total ou R$ 146,8 bilhões em números absolutos, em 2023. O que lidera o ranking é o de celulares e golpes virtuais (R$ 186,1 bilhões). O tráfico de cocaína aparece na lanterna, com R$ 15,2 bilhões. Os montantes referentes aos dois últimos são de 2022.

A infiltração do crime na economia aparece quando analisamos outro dado. Os produtos movimentados por essas organizações fraudulentas já representam fatia de 14,7% no conjunto dos mercados de combustíveis e lubrificantes, bebidas, ouro e tabaco.

Coordenador do estudo, Nívio Nascimento ressalva que as cifras podem ser muito maiores do que as apontadas pelos pesquisadores. “A gente fez uma estimativa metodologicamente bem desafiadora, porque é difícil medir esses mercados ilícitos, mas mostrando que estimativas bem conservadoras trazem um valor de mercados ilícitos associados expressivo”, pondera.

O FBSP afirma que a atuação do crime organizado nos quatro mercados está associada às práticas de contrabando, descaminho, falsificação, adulteração, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.


Fonte: Metrópoles

Foto: Reprodução 

Taxa básica de juros completa 3 anos acima de 10% sem perspectivas de ficar abaixo

 


A taxa básica de juros, a Selic, completou 3 anos acima de 2 dígitos (10% ao ano) em fevereiro. A mediana das projeções dos agentes financeiros indica que o juro base subirá para 15% neste ano e cairá para 12,75% em 2027.

A Selic deve ficar por, pelo menos, mais 2 anos nesta situação, o que totalizará 5 anos acima dos 2 dígitos. As estimativas dos analistas apontam que será o 2º maior período da Selic acima de 10% no Século 21.

O juro base está em alta. Subiu 1 ponto percentual na 4ª feira (29.jan.2025), para 13,25% ao ano, no último encontro. Foi o 4ª reajuste consecutivo na Selic. O Copom já disse que irá elevar para 14,25% no próximo encontro, de março.

A última vez que o juro base esteve abaixo de 10% foi em fevereiro de 2022, mês que o BC (Banco Central) aumentou o nível de 9,25% para 10,75%.


SEM DESAQUECIMENTO ECONÔMICO

Os anos de aperto monetário coincidem também com um desempenho positivo da atividade econômica. O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 3% em 2022, 3,2% em 2023 e deve ter crescido 3,5% em 2024, segundo as projeções do mercado financeiro.

O estoque de crédito subiu 14,5% em 2022, 8,1% em 2023 e 10,9% em 2024.

O mercado de trabalho ficou mais aquecido. A taxa de desemprego caiu anualmente de 2022 a 2024, de 7,9% a 6,2%. A ocupação atingiu o recorde anual.

Os economistas esperam uma desaceleração da atividade econômica em 2025, mas a economia demonstra resiliência. A inflação segue fora do intervalo permitido da meta. O Copom deve manter a trajetória de alta dos juros.

O Banco Central disse no Relatório Trimestral de Inflação divulgado em dezembro de 2024 que a taxa de juros real neutra do Brasil é de 5%. A variável é “sujeita a elevada incerteza na sua mensuração”, segundo o texto. Significa que, quando o juro real está acima deste patamar, há uma política monetária contracionista.

Fonte: Poder 360

Quase metade das emendas às cidades mais pobres é gasta sem transparência


 Cidades menos desenvolvidas receberam proporcionalmente mais emendas Pix, consideradas de baixa transparência, do que cidades mais desenvolvidas, aponta levantamento feito pela Folha com os valores distribuídos por deputados e senadores a cada município em 2023 e 2024.

Esse tipo de emenda, que vai diretamente a prefeituras, sem necessidade de vinculação a projetos específicos, representa quase metade (47%) dos recursos transferidos a cidades com IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) “baixo” ou “muito baixo”. Já no caso dos municípios com índice “alto” ou “muito alto”, essa proporção é de 32%.

A análise considera as emendas individuais destinadas pelos congressistas –sem contar os recursos de bancada ou de comissão– que foram empenhadas nos últimos dois anos, de execução obrigatória pelo governo Lula (PT).

Em números absolutos, isso significa que não é possível saber, pelo portal da transparência federal, onde foram usados R$ 3,9 bilhões dos R$ 8,3 bilhões doados pelos parlamentares às cidades mais pobres nesse período nem R$ 4,6 bilhões dos R$ 14,6 bilhões entregues às cidades mais ricas.

Marina Atoji, da ONG Transparência Brasil, afirma que municípios menores ou com menos estrutura costumam buscar essa modalidade de emenda porque ela tem liberação mais rápida. Os deputados, por sua vez, também preferem enviá-las para mostrar resultados ao eleitor.

“No caso da emenda de transferência especial [Pix] é só o município dizer ‘ciente’, indicar a conta e o banco, e o recurso vai entrar no caixa. Já a emenda com finalidade definida tem que passar por aprovação do projeto, relatórios de execução, e ainda pode ter impedimento técnico”, diz.

“Então os prefeitos de cidades menores ou com menos estrutura falam: pelo amor de Deus, não me manda emenda com finalidade definida, e muitos deputados já foram prefeitos”, afirma Atoji, lembrando que a lentidão foi uma das justificativas para a criação das emendas Pix em 2019. “O problema é que os municípios não têm transparência.”

O valor das emendas parlamentares em geral tem crescido de forma substancial desde 2020. Elas se tornaram a principal ferramenta de poder de deputados e senadores em suas bases eleitorais e são usadas como moeda de troca em negociações entre Congresso e Executivo, tanto no governo de Jair Bolsonaro (PL) como no de Lula.

A influência das emendas Pix se ampliou especialmente no último ano, com as eleições municipais. Mas, se por um lado essa verba chega de forma mais ágil, por outro pode potencializar o favorecimento de aliados políticos e abrir brecha para desvios de dinheiro.

O Ministério Público Federal, por exemplo, já abriu procedimentos para monitorar recursos desse tipo enviados para ao menos 400 municípios e três governos estaduais.

A análise da Folha cruzou as chamadas “notas de empenho” das emendas —que detalham, por exemplo, se uma mesma doação foi para mais de uma cidade— com o IDHM do Atlas Brasil, que leva em conta longevidade, educação e renda. Apesar de ser de 2010, ele ainda é o índice mais atualizado disponível a nível municipal.

O levantamento aponta que 111 dos 5.565 municípios do país receberam 100% de suas emendas individuais na modalidade Pix, sem vinculação prévia a projetos, ao longo dos últimos dois anos. Desses, 41 têm um índice de desenvolvimento “baixo” (não há cidades de IDHM “muito baixo” nessa situação).

Os três deles que mais se beneficiaram foram Afonso Cunha e Peritoró, no interior do Maranhão, e Choró, no sertão do Ceará. O primeiro tem pouco mais de 6.000 habitantes e empenhou R$ 14,8 milhões, o que representa R$ 2.400 por pessoa, valor 5 vezes superior à média do país (R$ 438 por habitante).

“O cálculo não é pela população, e sim pelas melhorias ao município”, diz o ex-prefeito Arquimedes Bacelar (PDT), cuja família fundou a cidade. “Se eu recebo uma emenda pela Caixa Econômica, vou enfrentar uma fila para análise e vou passar dois anos para aprovar um projeto”, argumenta ele, que elegeu seu aliado Pedro Medeiros (PL).

O ex-prefeito critica o que chama de politização do tema das emendas e afirma que as transferências especiais ajudam muito os municípios pequenos: “Poucas verbas e programas federais englobam cidades com menos de 20 mil habitantes. Se não formos até Brasília atrás de recurso”.

Em 2022, a revista Piauí publicou que sua gestão inflou o número de consultas e exames realizados pelo SUS em 2020 para poder receber mais verbas no ano seguinte, o que fez a Justiça bloquear os repasses. Bacelar diz que foi um erro de sistema, que uma auditoria constatou não ter havido desvio e que é um dos defensores da maior fiscalização.

A professora da FGV Graziella Testa, especialista em estudos legislativos, opina que a forma como os órgãos de controle se estruturaram no Brasil teve um impacto negativo na realização de políticas públicas, com gestores engessados e temerosos em gastar —uma tese conhecida como “apagão das canetas”.

“Uma parte da explicação [para a alta porcentagem de emendas Pix] pode ser esses gestores encontrando uma forma de conseguir aplicar verbas em áreas onde antes não conseguiam. É preciso fazer um estudo mais próximo para separar o joio do trigo: ver o que o gestor aplicou e o que é desvio de recurso”, diz.

No final do ano passado, após um embate com o STF (Supremo Tribunal Federal), o Congresso aprovou novas regras para aumentar a transparência das emendas Pix, que não podem ser usadas para despesas de pessoal, devem ter 70% aplicados em investimentos e são de execução obrigatória pelo Planalto.

Agora, os deputados e senadores autores das emendas precisam informar previamente o objeto e o valor das transferências, que devem ir preferencialmente para obras inacabadas. Elas também estão sujeitas a avaliações do TCU (Tribunal de Contas da União).

No início de 2024, o órgão publicou uma norma determinando que os beneficiários desses recursos insiram relatórios de gestão no site Transferegov.br, até julho do ano seguinte ao recebimento. Segundo Atoji, da Transparência Brasil, isso pode ampliar a transparência a partir deste ano, se for seguido.


Fonte: Folha de São Paulo

Foto: Reprodução