Deputados do bloco partidário SDD/MDB criticaram o governo Fátima Bezerra PT) por atrasos nos salários e “dificuldades administrativas”, principalmente nas áreas da saúde e da educação, como o não pagamento de salários e do vale-alimentação das merendeiras, repercutindo na suspensão das aulas do turno vespertino em algumas escolas após o terceiro horário.
O deputado estadual Luiz Eduardo (SDD) alertou que esse fato é reflexo da falta de planejamento e organização do governo do Estado, o que compromete o aprendizado dos alunos e o andamento do ano letivo.
“Os problemas são recorrentes todos os anos, Fátima Bezerra está há sete anos cumprindo mandatos e continua colocando culpa em governos anteriores por seus problemas administrativos”, disse Luiz Eduardo. Para Luiz Eduardo, hoje o maior problema do governo do “é colocar culpa nos outros governantes, porque não se vê realizações no Estado”.
O parlamentar do SDD ainda denuncia os atrasos dos consignados, “empréstimos que os servidores fazem com menor taxa de juros, que são descotados dos salários, mas não repassados aos bancos: “O pior é que os servidores estão sendo negativados e inscritos no Serasa”.
Luiz Eduardo garantiu que tão logo ocorra a instalação da Comissão de Administração, Serviços Públicos, Trabalho e Segurança Pública, vai atuar para retomar a investigação sobre os atrasos nos repasses dos consignados, o que classifica de apropriação indébita de recursos dos servidores pelo governo do Estado.
Quanto a saúde, Luiz Eduardo denunciou o atraso nos salários de médicos em UTIs, enfermeiros e maqueiros, dificultando que esses profissionais honrem seus compromissos. “São problemas administrativos graves que precisam ser resolvidos com urgência”, afirmou.
O deputado relatou, ainda, que está ocorrendo interrupção do fornecimento de medicamentos oncológicos, prejudicando pacientes em tratamento.
O deputado estadual Adjuto Dias (MDB), também se reportou aos atrasos dos salários das merendeiras de escolas estaduais em Caicó e uma manifestação contra a empresa JMT, empresa de terceirização com ênfase nas atividades de limpeza, higienização e conservação predial.
“É importante que se solucione o quanto antes o pagamento desses salários que estão pendentes, se ainda estiverem, porque realmente você imagine aquela pessoa que ganha um salário-mínimo, com um simples dia de atraso, já compromete todo o orçamento dela”, lamentou Adjuto.
O parlamentar mencionou que, enquanto atuou como secretário municipal em Natal, compreendeu a dinâmica das empresas terem um fluxo de caixa para lidar com atrasos de pagamentos por dado período, mesmo que o ente público atrase o repasse. Adjuto Dias questionou se os atrasos são devido ao não cumprimento do contrato pela empresa JMT ou se o governo tem atrasado o repasse por mais de três meses.
Em aparte, o líder do governo, deputado Francisco do PT, informou que os repasses da Secretaria de Educação para a empresa estão em dia e que a pasta está cobrando da empresa a atualização dos salários.
Ainda assim, Francisco do PT ironizou a vigilância dos deputados da oposição em relação aos atos do governo: “Primeiro, eles têm razão, porque nunca vi oposição elogiar governo”. Depois, Francisco do PT afirmou que “seria surpreendente se a oposição fizesse discurso, reconhecendo os avanços que o Rio Grande do Norte vem experimentando no governo Fátima Bezerra”.
Ao contrapor as críticas da oposição, Francisco indagou como é que o atual governo vai comparar suas realizações “se não for com governos passados, vai comparar com o futuro?”. Ao final comunicou o pagamento dos créditos consignados.
Ironia
Em tom irônico, o oposicionista José Dias (PL) rebateu, dando como exemplo a área de segurança: “O líder do governo realmente faz a defesa do governo de forma muito competente, o Rio Grande do Norte tem um equipamento de defesa da segurança pública fabuloso, só queria que dissessem quando foi originado o dinheiro para a compra de veículos, dizendo toda a história”.
Da mesma forma, o deputado José Dias ao mencionar informação veiculada na TRIBUNA DO NORTE sobre indicativo de greves dos professores da rede estadual de ensino, disse-se surpreso com o movimento paredista contra o governo do PT, “principalmente do governo de uma professora”.
José Dias afirmou que foi testemunha “presencial” da atividade da governadora Fátima Bezerra, quando não era deputada e quando exercia mandado na Assembleia, “reivindicando todas as melhorias possíveis e impossíveis para os professores”.
“Claro que quase todas elas justas e hoje” para a categoria que a levou à vida pública e política, “mas a gente vive pra ver esses absurdos, a professora negar direitos dos professores, não digo nem ingratidão, isso é malvadeza”, afirmou Dias.
Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Eduardo Maia