CEARÁ MIRIM

CARNAVAL EM NATAL

quinta-feira, 6 de março de 2025

STF começa a receber defesas de denunciados por suposta tentativa de golpe


 O STF (Supremo Tribunal Federal) começou a receber as respostas dos denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por suposta tentativa de golpe de Estado, após o resultado das eleições de 2022. Em 18 de fevereiro, a PGR denunciou 34 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Até o início da tarde desta quinta-feira (6), a Corte recebeu seis respostas: do coronel Bernardo Romão Corrêa Netto, do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior, do general Cleverson Magalhães, de Carlos Rocha , presidente do Instituto Voto Legal, do coronel Marcelo Câmara e do coronel Marcio Nunes de Resende.

Alguns dos denunciados, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, pediram ao STF para adiar a entrega da resposta, mas o ministro Alexandre de Moraes negou as solicitações. Os dois ainda não se manifestaram.

Com o recebimento das respostas, Moraes pode marcar o julgamento para analisar a denúncia na Primeira Turma do STF. O relator deu 15 dias para os denunciados apresentarem defesa.

Próximos passos

Caso a denúncia seja aceita pelo STF, os denunciados se tornam réus e passam a responder penalmente pelas ações na Corte. Então, os processos seguem para a fase de instrução, composta por diversos procedimentos para investigar tudo o que aconteceu e a participação de cada um dos envolvidos no caso. Depoimentos, dados e interrogatórios serão coletados neste momento.

Depois, o ministro responsável pelo caso produz um relatório. Na sequência, a Primeira Turma julga se condena os denunciados pela PGR.

Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas por, supostamente, estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito.

Segundo a PGR, as peças acusatórias baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o “esquema de ruptura da ordem democrática”. Os documentos do órgão descrevem “a trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas”.


Fonte: R7

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Carnaval tem queda de 50,6% nos roubos de celulares e 54,8% nos crimes em via pública no RN



 O balanço da segurança durante o Carnaval de 2025 no Rio Grande do Norte apontou redução nos índices de criminalidade, com destaque para a queda nos roubos e furtos de celulares, veículos e assaltos em via pública. Os dados são da Operação Carnaval, divulgados na manhã desta quinta-feira (6) pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed).

A incidência de roubos de celulares apresentou uma redução de 50,6% em relação ao Carnaval do ano passado. Em 2024, foram registrados 83 casos desse tipo de crime, enquanto em 2025 o número caiu para 41. A diminuição também foi observada nos furtos de aparelhos, com queda de 25,2%, passando de 210 casos para 157. Segundo autoridades de segurança, a intensificação das abordagens policiais e a presença ostensiva da PM nas áreas de maior fluxo de foliões foram determinantes para essa redução.

O balanço também indicou uma redução nos roubos em via pública, que caíram 54,8% no período carnavalesco. Em 2024, foram contabilizados 84 registros desse crime, contra 38 em 2025. A polícia atribui o resultado à maior integração entre as forças de segurança, como Polícia Militar, Civil e Corpo de Bombeiros, além da ampliação do monitoramento nos pontos de festa.

Durante os dias de festa, 9.404 pessoas foram abordadas, assim como 8.359 veículos. Além disso, um homicídio foi registrado em área de Carnaval, na cidade de Pendências, e uma arma de fogo foi apreendida.


Fonte: Tribuna do Norte 

Foto: Magnus Nascimento

Banco Central anuncia mudança no Pix e bancos terão que excluir chaves de CPF e CNPJ irregulares


 O Banco Central (BC) publicou, nesta quinta-feira (6), alterações no Regulamento do Pix para aprimorar os mecanismos de segurança da ferramenta de pagamentos instantâneos.

Em nota, o BC informou que os participantes do Pix deverão excluir chaves de pessoas e de empresas cuja situação não esteja regular na Receita Federal.

Ou seja, CPFs com situação cadastral “suspensa”, “cancelada”, “titular falecido” e “nula” e CNPJs com situação cadastral “suspensa”, “inapta”, “baixada” e “nula” não poderão ter chaves Pix registradas na base de dados do BC.

Vale ressaltar que a inconformidade de CPFs e CNPJs que restringirá o uso do Pix não tem relação com o pagamento de tributos, mas apenas com a identificação cadastral do titular do registro na Receita Federal.

A mudança, segundo a instituição, serve para que as instituições financeiras e instituições de pagamento participantes garantam que os nomes das pessoas e das empresas vinculadas às chaves Pix estejam em conformidade com os nomes registrados nas bases de CPF e de CNPJ da Receita Federal.

“Com as novas medidas, será mais difícil para os golpistas manterem chaves Pix com nomes diferentes daqueles armazenados nas bases da Receita Federal. Para garantir que os participantes do Pix cumpram as novas regras, o BC irá monitorar periodicamente a conduta dos participantes, podendo aplicar penalidades para aquelas instituições que apresentem falhas nesse processo”, diz o BC.

Chaves aleatórias

No comunicado, o BC anunciou que proibiu a alteração de informações vinculadas a chaves aleatórias e a reivindicação de posse de chaves do tipo e-mail.

Pessoas e empresas que usam chaves aleatórias e que queiram alterar alguma informação vinculada a essa chave não poderão mais fazê-lo. A partir de agora, deve-se excluir a chave aleatória e criar uma nova chave aleatória, com as novas informações.

“Pessoas e empresas que queiram reivindicar a posse de um e-mail também não poderão mais fazê-lo. Chaves do tipo e-mail não poderão mais mudar de dono. Apenas chaves do tipo celular continuam a ter acesso a essa funcionalidade, para permitir que números de celular pré-pago, que podem mudar de dono, também possam mudar de dono quando registradas como chave Pix”.

Devoluções

Oposição quer que TCU intime secretário da COP30 por contrato de R$ 500 mi


 O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) intime o secretário extraordinário para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças no Clima (COP30), Valter Correia, para esclarecer o contrato de R$ 478,3 milhões entre o governo federal e a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).

Conforme a CNN mostrou, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contratou a organização, que tem sede na Espanha, para ser a responsável pela organização da COP30 em Belém (PA).

Por se tratar de uma organização internacional, não houve processo licitatório. O governo escolheu discricionariamente a OEI para organizar a COP30, por meio de um Acordo de Cooperação Técnica.

No ofício enviado ao TCU, o líder da oposição também pede que o órgão verifique se a Presidência da República observou as leis, normas e procedimentos ao firmar o acordo de cooperação internacional com a OEI.

A CNN procurou o TCU e a Secretaria Extraordinária da Casa Civil para a COP30 para prestar esclarecimentos sobre o assunto, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Mais cedo, nesta quarta (5), o líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), pediu ao TCU o cancelamento do acordo de quase R$ 500 milhões com a OEI.

Acordo internacional

Conforme a CNN mostrou, o contrato foi assinado em dezembro e tem por objeto a “cooperação entre as partes visando a preparação, organização e realização da COP30, incluindo a realização de ações administrativas, organizacionais, culturais, educacionais, científicas e técnico-operacionais, em conformidade com o plano de trabalho, consubstanciado no instrumento”. Sua vigência é até 30 de junho de 2026.

Participaram da assinatura o secretário Extraordinário para a COP30 da Casa Civil da Presidência da República, Valter Correia, ligado na estrutura interna do Palácio do Planalto a Casa Civil de Rui Costa; e o Diretor da OEI no Brasil, Rodrigo Rossi, um advogado baiano com formação na Universidade de Brasília (UnB) e no Instituto de Direito Privado (IDP).

Na última semana, a OEI informou em nota que tem experiência significativa na promoção de programas educativos, culturais e científicos que apoiam os objetivos de conservação e desenvolvimento sustentável.

A organização respondeu ainda que não faz a gestão financeira dos recursos da COP30 no Brasil, mas sim apoia o Estado brasileiro nas ações de planejamento e organização para a realização do evento no país. “A cooperação poderá abranger ações administrativas, organizacionais, culturais, educacionais, científicas e técnico-operacionais”, completou.

Também na semana passada, a Secretaria Extraordinária para a COP30 da Casa Civil informou à CNN que “a OEI foi contratada com base no decreto 11941”.


Fonte: CNN

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

PARANÁ PESQUISAS: Governo Fátima é avaliado como ‘ruim’ ou ‘péssimo’ por 59,3%

 


Um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas mostrou que o Governo Fátima Bezerra é avaliado como ‘Ruim’ ou ‘Péssimo’ por 59,3% dos eleitores do Rio Grande do Norte.

Apenas 18% avaliaram o governo estadual como ‘bom’ ou ‘ótimo’. Outros 21,6% classificaram a gestão como ‘regular’. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas pessoais entre os dias 18 e 21 de fevereiro de 2025.

Para a realização desta pesquisa foi utilizada uma amostra de 1220 eleitores em 59 municípios. Tal amostra representativa do Estado do Rio Grande do Norte atinge um grau de confiança de 95,0% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 2,9 pontos percentuais.


Fonte: Blog do BG

Foto: Reprodução 

Como a sociedade se acostumou com a glamourização do crime



 A palavra “cultura” tem origem no latim “colere“, que significa “cultivar, cuidar, habitar, honrar”. Inicialmente, o termo estava ligado ao cultivo da terra (agricultura), mas, com o passar dos anos, também passou a abranger o desenvolvimento do espírito e do intelecto.

Nos últimos anos, o Brasil tem perdido sua identidade cultural, e o próprio conceito de “cultura” tem mudado. A distorção mais preocupante é a glamourização do crime organizado. Recentemente, as redes sociais debateram essa questão depois da divulgação de uma proposta da vereadora paulistana Amanda Vettorazzo (União Brasil), que sugeriu a proibição de shows que incentivem o crime e as drogas em eventos públicos de São Paulo.

Apelidada como “PL Anti-Oruam”, a proposta viralizou rapidamente e chegou aos ouvidos do próprio rapper, o que desencadeou uma série de ameaças contra a parlamentar. Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, é filho do traficante Marcinho VP, preso há quase 30 anos e um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho, do Rio de Janeiro. Oruam tem 8,6 milhões de seguidores nas redes sociais e mais de 13,2 milhões de ouvintes mensais no Spotify.

Neste mês, o rapper foi preso duas vezes. Na primeira, depois de dar um “cavalo de pau” na frente de um carro da PM, e parar virado para a contramão. Na segunda, foi detido durante uma operação de busca e apreensão em sua casa, no Joá, zona oeste do Rio de Janeiro. Ele estava sendo investigado por disparar uma arma de fogo em um condomínio em Igaratá (SP) no fim do ano passado. Na residência, a polícia encontrou uma pistola 9 milímetros, simulacros de armas e armamento de airsoft. O traficante foragido Yuri Pereira Gonçalves também estava no local, o que resultou na prisão em flagrante de Oruam por favorecimento pessoal — ajudar alguém que cometeu um crime a escapar das autoridades. Em ambas as ocasiões, ele foi liberado poucas horas depois.

Oruam lançou seu primeiro álbum, Liberdade, em 20 de fevereiro, apenas um dia depois de ser preso pela primeira vez. A capa do disco traz o rapper ao lado de sua família, todos vestindo a mesma camisa com a imagem de Marcinho VP que foi usada pelo rapper no Festival Lollapalooza, em 2024. Uma das faixas, inclusive, se chama PL Anti O.R.U.A.M. A coincidência entre os eventos levou muitos internautas a especularem que sua prisão poderia ter sido “planejada” para se promover.

A criminalidade é um tema presente nas músicas de Oruam. Em Filho do Dono, parceria com MC Cabelinho, ele menciona Pablo da Lapa, filho do traficante Abelha, do Comando Vermelho, que morreu em confronto com a polícia do Rio de Janeiro em 2019. Na música, Oruam diz que, embora o Estado seja “genocida com o morador”, ele não teme por ser “filho do dono”. No YouTube, também há um vídeo do artista cantando Faixa de Gaza, de MC Orelha, que faz uma referência direta à facção criminosa.

“Na Faixa de Gaza, só homem-bomba / Na guerra é tudo ou nada (…) Por isso eu vou mandar / Por isso eu vou mandar assim / Comando Vermelho RL até o fim / É vermelhão desde pequenininho.”

Lavagem de dinheiro

Nascido em 2001, Oruam nunca conviveu com o pai, que está preso desde 1996. A mãe do artista chegou a ser presa em 2010, suspeita de atuar como “pombo-correio” (como são chamadas pessoas que transmitem mensagens entre facções criminosas) durante visitas íntimas a Marcinho VP. Ele também tem uma tatuagem em “homenagem” a Elias Maluco, assassino do jornalista Tim Lopes. Elias Maluco assumiu o tráfico de drogas no Complexo do Alemão quando Marcinho foi preso. Oruam refere-se ao criminoso como “tio”.

Embora o Código Penal Brasileiro preveja pena para apologia pública de crime, Oruam não foi responsabilizado por suas apresentações e músicas que glorificam a vida criminosa. Pelo contrário: sua carreira se destacou depois do incidente no Lollapalooza.

Com a repercussão do projeto de lei de Amanda Vettorazzo, foi levantada a hipótese de a carreira de Oruam ser utilizada para lavagem de dinheiro do Comando Vermelho, embora ainda não existam investigações ou provas que confirmem a teoria. Apesar disso, Oruam não esconde suas conexões com figuras conhecidas do crime organizado. Recentemente, ele colaborou na música A Cara do Crime 5 (Passe Caro), com MC Poze do Rodo, ex-traficante confesso do Comando Vermelho.

No Rio de Janeiro, o funk “pancadão” sempre esteve estreitamente ligado ao crime nas comunidades. Com a expansão do gênero pelo Brasil, passou a ser usado como ferramenta de controle em áreas dominadas pelo tráfico. A presença de facções como o Comando Vermelho e o PCC nas culturas locais é uma realidade consolidada há anos.

Eventos bancados com dinheiro do crime

Em 2024, a Polícia Civil de Cuiabá desmantelou núcleos do Comando Vermelho em Mato Grosso, na Operação Ragnatela. A investigação revelou que a facção comprou uma casa noturna na capital por R$ 800 mil, com recursos ilícitos, e financiou shows de artistas famosos, como MC Poze, em parceria com organizadores locais. Poze se apresentou em junho de 2022 no parque de exposições da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), com 20% do evento patrocinado pela facção, conforme interceptações do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

A facção também proibiu seus membros de contratar artistas de São Paulo, em decorrência da rixa com o PCC. Em dezembro de 2023, MC Daniel foi hostilizado em Cuiabá e precisou de escolta. O organizador do evento foi proibido de realizar shows por dois anos.

Paralelamente, a Polícia Federal investigou o financiamento de produtoras de funk e de apresentações pelo PCC, depois de um plano de fuga frustrado do líder da facção Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, em 2023. Buda também interferia nos negócios do PCC, incluindo a produtora Love Funk, pressionando seu dono, Henrique “Rato”. Ele é produtor dos MCs Dieguinho, CL, Paiva e Paulin da Capital. Entre 2019 e 2022, a empresa movimentou R$ 173 milhões.

Em um relatório divulgado nesta semana, a agência não só confirmou a conexão da Love Funk com o PCC. Também revelou que as empresas de eventos GR6 e Formato Funk Agenciamento Musical também movimentaram dinheiro de origem ilícita entre 2022 e 2023, estando integradas a uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro para a facção.

Luiz Fernando Ramos Aguiar, especialista em segurança pública e major na Polícia Militar do Distrito Federal, explica que o interesse das facções criminosas ao promoverem os bailes funk e financiarem os artistas do gênero vai além do aspecto financeiro.

“O financiamento de artistas e de eventos é fundamental para o fortalecimento da imagem dos traficantes como defensores de suas comunidades”, afirma. “Na ausência de opções de lazer e de eventos culturais, sejam financiados pela iniciativa privada, sejam promovidos pelos governos locais, os marginais firmam sua posição como benfeitores.”

Assim, as facções moldam um ambiente cultural que leva muitos moradores a defendê-las. Além disso, esses eventos funcionam como uma porta de entrada para jovens no tráfico.

A aliança PCC-Comando Vermelho

O dinheiro do tráfico de drogas não financia apenas eventos e produções musicais. Em 2024, a Netflix lançou o documentário O Grito, produzido pela Real Filmes. O longa critica a Portaria nº 157/2019, que limitou visitas e a movimentação de presos em penitenciárias federais. O filme traz entrevistas com parentes de detentos como Marcola e Marcinho VP, além de aliados e secretários do governo Lula e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.

A Polícia Civil de São Paulo afirma que o diretor do documentário, Rodrigo Giannetto, teve viagens à Europa pagas pelo PCC. As passagens, que custaram R$ 18.350, foram compradas por Kauê do Amaral Coelho, suspeito de colaborar com a facção e de envolvimento no assassinato do empresário Vinicius Gritzbach. Giannetto negou qualquer ligação com o PCC e disse que viajou para um festival de cinema na Itália.

A Agência K2, que contratou Giannetto, também trabalha com Oruam. O rapper foi entrevistado no documentário e deu seu relato sobre a “dor” de viver sem o pai. A produção também inclui entrevistas com membros da ONG Pacto Social & Carcerário SP, ligada ao PCC. O fundador da ONG, ex-presidiário, defende penas mais leves e a ressocialização dos detentos.

Coincidentemente, o documentário foi lançado meses antes de um relatório da Secretaria Nacional de Políticas Penais que revelou uma possível aliança entre PCC e Comando Vermelho. O acordo, intermediado por advogados e líderes das facções, teria estabelecido uma trégua e suspendido assassinatos entre os grupos, com o objetivo de fortalecer as organizações e melhorar as condições dos presos de alta periculosidade nos presídios federais. A mesma pauta defendida pelo documentário O Grito.

O PL Anti-Oruam

Em entrevista a Oeste, a vereadora e coordenadora nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Amanda Vettorazzo, revelou que o PL Anti-Oruam surgiu de uma experiência pessoal.

“Sempre organizei eventos na comunidade do Parque de Taipas e, em um deles, percebi que um jovem muito engajado na organização parou de comparecer e mudou seu comportamento”, relatou a parlamentar. “Conversando com ele, descobri que sonhava em ser cantor, inspirado no Oruam. Foi assim que conheci esse artista, que romantiza a criminalidade como um caminho para o sucesso.”

Depois da repercussão do projeto, mais de 50 cidades brasileiras demonstraram interesse em protocolar iniciativas semelhantes. Em nível federal, o deputado Kim Kataguiri (União-SP), colega de Amanda no MBL, propôs a proibição da contratação e do incentivo a artistas, shows e eventos que promovam apologia ao crime organizado, com o apoio de mais de 40 deputados federais.

Nesta semana, Amanda abriu a coautoria do projeto para todos os parlamentares da Câmara Municipal de São Paulo. A proposta conta com o apoio do presidente da Casa, Ricardo Teixeira, que se tornou coautor, o que, segundo Amanda, fortalece a tramitação e aumenta consideravelmente as chances de aprovação.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também se posicionou a favor do PL Anti-Oruam. No dia 10 de fevereiro, ele afirmou que o funkeiro “não terá espaço” em eventos financiados com recursos públicos. Nunes fez a declaração durante o anúncio de um novo pacote de investimentos culturais para a capital paulista. “Evidentemente, se essa pessoa faz qualquer tipo de apologia ao crime, aqui nos palcos de São Paulo, com recurso público, ela não vai ter espaço”, disse.

Apesar da boa repercussão da proposta, a discussão gerou ataques e ameaças de morte contra Amanda. Em parte as ameaças foram incitadas pelo próprio Oruam. A vereadora registrou um boletim de ocorrência contra o rapper e fez uma denúncia ao Ministério Público. Também solicitou segurança à Câmara Municipal, que atendeu ao pedido. Atualmente, ela é acompanhada por seguranças em suas agendas oficiais. “Não vou me intimidar e seguirei firme na defesa do projeto”, declarou.

Amanda convidou Oruam e Poze do Rodo para participar de um debate sobre a proposta na Câmara de São Paulo, mas eles não responderam diretamente à convocação, limitando-se a fazer posts nas redes sociais. “Fizeram postagens sugerindo que eu fosse até a Penha [bairro no Rio de Janeiro]”, relatou. “Fazer o que lá? Não faço ideia. Mas gostaria muito de ver ambos explicando sua ‘arte’, que envolve apologia ao crime, para famílias que perderam pessoas no combate ao crime.”

Raízes da bandidolatria

Além dos festivais de música e produções da Netflix, Amanda destacou que a glamourização do crime aparece também nas telenovelas, especialmente as da Rede Globo. Algumas das premiações nas quais Oruam foi indicado são financiadas pelo conglomerado.

De acordo com Roberto Motta, colunista de Oeste e ex-secretário de Estado do Rio de Janeiro, a romantização da criminalidade é um fenômeno que ocorre no país desde a década de 1960. Ele menciona, como exemplo, a obra Seja Marginal, Seja Herói, de Hélio Oiticica, criada entre 1966 e 1967. A gravura mostra uma imagem do criminoso Cara de Cavalo morto e estirado no chão.

Segundo Motta, há segmentos da cultura que retratam o criminoso como um rebelde, um lutador contra o sistema. Na visão marxista, seria alguém que busca “reduzir a desigualdade e promover a justiça social”.

Motta explica que a origem disso está na teoria crítica da Escola de Frankfurt, que questiona as instituições opressoras da sociedade ocidental. Da teoria surgiram a desconstrução das relações amorosas, a liberação da sexualidade e a Teoria Crítica da Raça. Desse conceito também surgiu a glorificação da criminalidade, por meio dos posicionamentos do anarquista Mikhail Bakunin. Esse filósofo acreditava que, em certos contextos, os criminosos — especialmente os marginalizados ou oprimidos pela “sociedade capitalista” — poderiam ser aliados na luta contra a autoridade, já que sua rebeldia se opunha ao Estado e às normas sociais.

“A cultura treina as pessoas para a vida”, observa Motta. “É um instrumento essencial para que as pessoas possam progredir na vida do ponto de vista profissional, financeiro, emocional e afetivo. O que temos hoje em dia é uma cultura ruim, que coloca as pessoas numa armadilha. E elas só vão perceber isso daqui a 10, 20 anos.”


Fonte: Revista Oeste

Foto: Reprodução de Instagram

Carnaval: ocupação de hotéis em Natal atinge 85%

 


A rede hoteleira de Natal registrou uma ocupação média de 85% durante o Carnaval deste ano, com picos de até 95% em estabelecimentos localizados nas proximidades de Ponta Negra, segundo dados do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do RN (SHRBS-RN). O desempenho supera o registrado no ano passado, quando foram contabilizados 80% de ocupação média, e reflete o fortalecimento da capital potiguar como destino turístico no período carnavalesco.

Segundo Grace Gosson, presidente do SHRBS-RN, o aumento da ocupação está relacionado às atrações promovidas pela Prefeitura do Natal, melhorias na segurança pública e a finalização de obras de infraestrutura em pontos estratégicos. “Antes, o pessoal ficava menos dias e, este ano, permaneceram durante todo o período de Carnaval. Houve aumento de, pelo menos, um dia de ocupação em relação a 2024”, destaca. O resultado também impulsiona a receita do setor, refletindo uma mudança na percepção do estado, que antes era visto apenas como um destino de descanso, mas que agora vem se consolidando ao longo dos anos como um polo de eventos.

Os resultados na segurança pública, citados por Grace, podem ser analisados com base nos dados do Sistema Nacional de Indicadores da Segurança Pública, que mostram que Natal apresenta a menor taxa de homicídios entre as capitais do Nordeste, com 10,82 homicídios por 100 mil habitantes. A capital também se destaca com o menor índice de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) na região. Para a presidente do Sindicato, esse fator é decisivo para o crescimento do fluxo de visitantes. “Quanto mais a segurança pública estiver afinada, mais os visitantes se sentirão seguros e isso estimula tanto os moradores quanto os turistas a saírem de casa e aproveitarem os restaurantes e hotéis”, afirma. 

Durante os dias de carnaval, foi possível verificar que o perfil de turistas se manteve diversificado, com a presença tanto de visitantes da região Nordeste quanto de viajantes de outras regiões do país. De acordo com Luís Leite, vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do RN (ABAV-RN), o Sudeste continua sendo um dos principais mercados emissores de turistas para Natal. “As vendas de pacotes para Natal ocorrem com antecedência de meses. Este ano superou as expectativas, com visitantes de cidades vizinhas e de estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais”, explica.

Os turistas que chegam do Sudeste geralmente utilizam o transporte aéreo. Um ano após o início efetivo das operações da Zurich Airport Brasil, o Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, já registrou um aumento de 5% no número de viajantes entre os anos de 2023 e 2024. Já em relação aos voos nacionais e internacionais, o crescimento foi de 12,2%.

Além dos turistas da região Sudeste, é comum a presença de visitantes de estados vizinhos, como Pernambuco, Paraíba e Ceará, que costumam chegar ao Rio Grande do Norte de carro ou por transporte rodoviário. Apesar do aumento no fluxo de viajantes, os principais pontos de entrada na cidade operaram normalmente. De acordo com Luís Leite, as agências não receberam notificações sobre dificuldades na operação do aeroporto ou da rodoviária.

O fortalecimento do carnaval de Natal como evento de grande porte reflete nos números de foliões. O encerramento do Carnaval no polo de Ponta Negra, na terça-feira (4), registrou um dos maiores públicos da história, com uma multidão de 70 mil pessoas reunidas para assistir à apresentação do cantor Henry Freitas, na Praça dos Gringos. A Redinha também teve movimentação recorde, com a primeira edição da Avenida da Alegria, que atraiu mais de 100 mil foliões em quatro dias de festa.

Diante desse cenário, o setor turístico avalia positivamente os resultados econômicos do carnaval e defende a continuidade dos investimentos no evento e na infraestrutura da cidade, como foi feito recentemente com a obra da engorda da faixa de areia na Praia de Ponta Negra, em Natal. “Eu atribuo que o Carnaval de Natal foi um sucesso. Tanto o poder público quanto a iniciativa privada devem apostar na cidade como um destino também de família e de festas”, avalia Grace Gosson.

Para os próximos anos, os representantes do setor defendem que a segurança pública deve continuar sendo prioridade para consolidar a cidade como um destino carnavalesco. “Essas programações culturais estimulam bastante a vinda de turistas, mas a segurança deve ser sempre reforçada para garantir a tranquilidade dos visitantes”, concluiu a presidente do SHRBS-RN. Já a ABAV-RN destaca que segue otimista com o aumento do fluxo de turistas, atuando na divulgação do destino e no fortalecimento das vendas receptivas e emissivas.


Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Alex Régis

46,4% dos deputados acham atuação de Haddad ruim ou péssima


 A atuação de Fernando Haddad (PT) à frente do Ministério da Fazenda é considerada “ruim/péssima” por 46,4% dos deputados federais, segundo pesquisa do Ranking dos Políticos. O trabalho do ministro é considerado “ótimo/bom” por 30% dos congressistas da Câmara dos Deputados e “regular” por 23,6%.

O cenário é mais positivo ao petista no Senado. Eis a avaliação de Haddad na Casa Alta:

  • ótima/boa – 46,2%;
  • regular – 19,2%;
  • ruim/péssima – 34,6%.

O resultado representa uma piora do desempenho de Haddad nas pesquisas. No último levantamento da instituição, o ministro teve rejeição de 23,8% dos deputados federais.

O número de congressistas que consideravam o trabalho do ministro “ótimo/bom” caiu quando comparado com a pesquisa anterior. Foi de 46,2% para 30%.

O Ranking dos Políticos escutou a opinião de 110 deputados de 18 partidos na Câmara. No Senado, 26 senadores de 11 partidos avaliaram o desempenho de Haddad. A pesquisa foi feita de 11 a 12 de fevereiro.

HADDAD X LEGISLATIVO

Haddad e o Planalto tem enfrentado dificuldade de articulação no Congresso. O desgaste do governo nos últimos meses por conta da “crise do Pix” foi significativa para o desempenho do ministro na pesquisa. À época, deputados criticaram e pressionaram o governo para recuar a proposta apresentada pela Receita Federal.

O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Otto Alencar (PSD-BA), diz que a agenda do ministro da Fazenda poderá encontrar resistência no Congresso.

Segundo o senador, as prioridades do governo nem sempre coincidem com as do Congresso, especialmente em questões mais controversas, como a limitação dos supersalários do Judiciário.

Além disso, Haddad vê resistência do próprio campo por conta de sua atuação no Ministério da Fazenda. Segundo ele, a reforma tributária do governo é o maior “trunfo” do 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não está sendo “valorizado”.


Fonte: Poder 360

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Sob pressão e alvo de fogo amigo, ministro planeja viajar com Lula na sexta

 


Em meio à pressão para sair do cargo, o ministro da secretaria de governo da Presidência da República, Márcio Macedo, pretende acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na visita a um acampamento do Movimento Sem Terra (MST), em Minas Gerais, na sexta-feira (7).

O ministro integra o grupo de ministros palacianos filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) na Esplanada.

Há alguns meses tem sido alvo de fogo amigo, ou seja, apostas de colegas do próprio governo e também de seu partido, sobre possíveis substitutos.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o líder José Guimarães e o psolista Guilherme Boulos estão entre os nomes que já foram cotados para ocupar o posto.

A interlocutores, Macedo tem dito que segue vida normal e não desmarcou compromissos da agenda.

Além dos planos de integrar a comitiva presidencial na visita ao MST, Macedo também tem cuidado da participação de movimentos sociais na Conferência do Clima, a COP30, que o Brasil irá sediar em novembro.

Modelo Nísia

A agenda recheada não distancia exatamente o ministro de uma possível demissão.

Em fevereiro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi demitida em um processo de fritura, apesar de participar de eventos com o presidente Lula dias antes e na própria data da demissão.

Nísia chegou a ir ao encontro de 45 anos do PT e ficar ao lado de seu sucessor Alexandre Padilha, sem a confirmação prévia de que deixaria os quadros do governo.

O “modelo Nísia” de demissão tem aterrorizado alguns integrantes do governo que também se sentem na mira da reforma ministerial.


Fonte: CNN

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Trump dá ultimato ao Hamas: “Libertem os reféns ou acabou para vocês”

 


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), utilizou seus perfis nas redes sociais nesta 4ª feira (5.mar.2025) para dar o que pode ser interpretado como um ultimato ao Hamas.

“Vocês podem escolher. Libertem todos os reféns agora, não depois, e devolvam imediatamente todos os corpos das pessoas que vocês assassinaram ou acabou para vocês. Só doentes e deturpados ficam com os corpos, e vocês são doentes e deturpados. Eu estou enviando para Israel tudo o que for preciso para acabar o trabalho, nenhum integrante do Hamas estará a salvo se não fizerem o que estou falando”, afirmou Trump.

O republicano disse que se encontrou com reféns que tiveram as vidas “destruídas” pelo grupo extremista. Afirmou que esse é o “último aviso” e que um “lindo futuro” aguarda a população da Faixa de Gaza, mas apenas se todos os reféns forem soltos.

Eis o que disse Trump: “Para a população de Gaza: um lindo futuro os aguarda, mas não se vocês mantêm reféns. Se vocês mantêm, vocês estão MORTOS. Tomem uma decisão inteligente. Libertem todos os reféns agora ou vão pagar com o inferno depois”.


Fonte: Poder 360

Foto: Casa Branca/ Reprodução